Kassab é ignorado até na propaganda de Serra

Guilherme Waltenberg
22/08/2012 às 14:18.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:39

Enquanto boa parte dos principais candidatos à sucessão de Gilberto Kassab (PSD) na Prefeitura de São Paulo levaram ou citaram seus padrinhos políticos e cabos eleitorais na estreia do programa eleitoral no rádio, exibido nesta quarta entre as 7h e 7h30 e depois entre às 12h e 12h30, Kassab, com uma rejeição de 43%, segundo a última pesquisa Ibope, foi novamente ignorado.

No programa do PT, o candidato Fernando Haddad foi ciceroneado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gabriel Chalita, do PMDB, levou o vice-presidente, Michel Temer, do seu partido, para pedir votos e José Serra (PSDB), que tem um vice do partido do atual prefeito, citou apenas o governador Geraldo Alckmin, seu correligionário, na propaganda.

Russomanno, sem padrinhos de peso nessa disputa, usou a expressão "Onda 10" para descrever sua candidatura. O dez faz referência ao número de seu partido e a expressão "onda" já foi utilizada em outras eleições. Primeiramente nas eleições presidenciais de 2002, quando as elevadas intenções de votos no então candidato Lula foi chamada de "Onda Lula". Nas eleições presidenciais de 2010, quando Marina Silva chegou a quase 20% das intenções de votos, cunhou-se a expressão "Onda Verde", em função do partido ao qual Marina era filiada, o PV, e sua história junto aos seringueiros na Amazônia e no Acre.

Fórmula - Alguns candidatos mudaram a fórmula usada em outras eleições. O PSTU, dono do bordão "Contra burguês vote 16", não usou a expressão no programa da candidata Ana Luiza de Figueiredo. O candidato do PSDC, Eymael, mudou a letra e manteve o ritmo de seu jingle já conhecido: "Ei, ei, Eymael, um democrata cristão". Agora, a letra diz: "Ei, ei, ei São Paulo, mais que uma cidade, uma nação".

A candidata do PPS, Soninha Francine, não aderiu aos jingles e apresentou seu programa ao lado de suas filhas com um fundo musical composto por uma gaita entoando um blues. Levi Fidelix, do PRTB, além de defender o Aerotrem, destilou críticas aos adversários por "copiarem seus projetos". Para ele, a ideia do Aerotrem foi copiada pelo governo estadual ao construir linhas de monotrilhos. Ele defende que o Rodoanel também foi uma ideia sua depois instalada pelo governo do Estado.

Paulinho da Força (PDT) ressaltou sua história de luta pelos direitos dos trabalhadores. Entre os nanicos, Carlos Giannazi (PSOL) fez o programa ao som de um rap e criticou os "velhos políticos" com roupagem nova, mas não citou nomes.

Miguel Manso (PPL) criticou a administração "privatista" dos tucanos, elogiou Lula e criticou a presidente Dilma Rousseff por ter "saído dos rumos". O PCO, de Anaí Caproni, bradou contra a realização de eleições, dizendo que "precisamos de uma mobilização popular para romper com a ditadura (do capitalismo)".
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