'Lava Jato' ganha prêmio e Dallagnol diz ser impossível prever fim da operação

Estadão Conteúdo
06/12/2016 às 18:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:58
 (RODOLFO BUHRER/ESTADÃO CONTEÚDO)

(RODOLFO BUHRER/ESTADÃO CONTEÚDO)

A força-tarefa da "Lava Jato" ganhou nesta terça-feira, 6, em Brasília, o Prêmio Innovare, voltado para o reconhecimento de iniciativas pioneiras para tornar o Poder Judiciário mais eficiente. A força-tarefa foi premiada na categoria Ministério Público. "Nós dedicamos esse prêmio a cada cidadão brasileiro que foi às ruas de modo pacífico pedir um País sem corrupção e defender a "Lava Jato", disse à imprensa o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação "Lava Jato", em referência aos milhares de brasileiros que foram às ruas de todo o País no último domingo, 4.

A solenidade de entrega do prêmio ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) com a presença da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e dos ministros da Justiça, Alexandre de Moraes, e da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, entre outros convidados. Na avaliação de Dallagnol, a força-tarefa da "Lava Jato" foi premiada por conta de três aspectos: a expansão das investigações por meio das colaborações premiadas; a realização de cooperações internacionais com mais de 30 países; e a criação de um website com informações públicas a respeito do caso.

"Além de tudo isso, a "Lava Jato" não se circunscreveu a tratar de um caso concreto, mas buscou também avançar, com uma contribuição para transformar o sistema, que é um sistema de justiça criminal altamente ineficiente com a proposição de 10 medidas de combate à corrupção", ressaltou Dallagnol. "Temos visto a sociedade se manifestar com alta voz pedindo mudanças e transformações. Já se passaram mais de dois anos da "Lava Jato". Vivemos hoje um momento em que a sociedade está clamando por essa transformação e nós temos confiança de que todas as instituições escutarão essa voz."

Ao ser questionado sobre a duração da Operação "Lava Jato", Dallagnol respondeu não ser possível prever o fim da operação, deflagrada em março de 2014. "As investigações são muito dinâmicas e a cada acordo de colaboração que se faz, surgem novos fatos, novas evidências, que permitem novas linhas de investigação", ressaltou o procurador. Na semana passada, o trabalho da "Lava Jato" foi escolhido pela Transparência Internacional para receber o prêmio Anticorrupção de 2016 entre 580 trabalhos do mundo todo. Indagado se a "Lava Jato" poderia tentar o "bicampeonato" no Prêmio Innovare do ano que vem, o procurador da República respondeu: "Só Deus sabe."

O Prêmio Innovare é uma iniciativa que reúne o Instituto Innovare, a Secretaria Nacional de Cidadania e Justiça do Ministério da Justiça, a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), com o apoio do Grupo Globo.Leia mais:
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