Manifestantes e polícia entram em confronto durante protesto na Esplanada dos Ministérios

Estadão Conteúdo
24/05/2017 às 13:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:42

Manifestantes e a polícia militar entraram em confronto no início da tarde desta quarta-feira (24) em Brasília, durante a marcha realizada pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência e pela renúncia do presidente Michel Temer. 

A área entre os ministérios da Justiça, dos Transportes e de Minas e Energia virou um campo de batalha na Esplanada dos Ministérios, com confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. A polícia começou a soltar bombas e perseguir manifestantes que participam da marcha das centrais sindicais contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer.

É justamente no gramado em frente a esses ministérios que estão os carros de som do movimento. Os locutores que estão nos carros pedem que a polícia pare de atirar bombas, mas os artefatos continuam sendo disparados. Nos prédios, os servidores públicos já estão sofrendo com o odor do gás das bombas que estão sendo lançadas. O Ministério da Fazenda foi há pouco esvaziado, após tentativa de invasão.

O barulho na região é enorme, por causa das bombas que estão sendo lançadas por policias na Esplanada e helicópteros da PM e sirenes da viaturas que circulam no local.

Há vários focos de enfrentamento entre manifestantes e policiais no protesto que ocorre na Esplanada. A confusão foi iniciada mais cedo por um grupo pequeno de mascarados, que tentou furar a barreira policial formada na Avenida das Bandeiras, na frente do Congresso Nacional. Agora, no entanto, há confusão em diversos pontos da região. Policiais continuam avançando contra manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Há muito tumulto e pessoas passam mal.

Carros do Corpo de Bombeiros, Samu e caminhão pipa já estão no local para controlar a situação. Enquanto bombeiros se aproximam, manifestantes jogam pedaços de pau e uma pessoa se feriu no rosto.

Há barricadas montadas pela Esplanada, alguns ministérios estão sendo alvo de depredação e a polícia continua lançando bombas de gás e spray de pimenta para tentar dispersar os manifestantes.

Manifestantes tentam invadir prédio do ministério da Fazenda em Brasília

Os manifestantes tentaram invadir o prédio do Ministério da Fazenda em Brasília. Com paus e mastros de bandeiras, eles quebraram o vidro do edifício e foram retirados por integrantes da Força Nacional, que fazem agora um paredão para proteger o local.

Muitos participantes continuam próximos ao prédio e há muito barulho de bombas, que estão sendo lançadas na Esplanada dos Ministérios pela Polícia Militar. Mais cedo um dos manifestantes foi ferido e procurou ajuda no serviço médico do próprio ministério da Fazenda. Os servidores foram orientados a deixar o prédio.

A estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal é que cerca de 25 mil pessoas participam da marcha. Pela manhã, Brasília recebeu 500 ônibus com caravanas de outros Estados. E durante o trajeto, mais pessoas se juntaram ao grupo.

Na tentativa de evitar confusão, os líderes sindicais anunciaram, no carro de som, que nenhum mascarado participaria do protesto. "Estamos de olho", alertaram.

Por volta de 13 horas, parlamentares de partidos da oposição se juntaram à marcha promovida pelas centrais sindicais em Brasília. Eles subiram em um dos carros de som, mas disseram que devem discursar apenas quando estiverem na frente do Congresso Nacional.

Entre eles, estão os senadores Lindbergh Farias (RJ), Paulo Rocha (PA) e Gleisi Hoffman (PR), todos do PT, e a deputada federal Jandira Feghali do PCdoB-RJ.

Segurança

Por causa do clima tenso, o Batalhão da Guarda Presidencial deslocou 30 homens para a rampa do Palácio do Planalto e outros 170 para as duas guaritas da entrada principal do prédio. Também estão em posição de alerta cerca de 100 homens da segurança presidencial. O presidente Michel Temer está no Planalto.

A Praça dos Três Poderes e a via de acesso ao palácio estão bloqueadas, sem manifestantes na área, mas isso não evitou que o clima entre funcionários do Planalto fosse de apreensão.

Prisões

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal divulgou um boletim informando que quatro pessoas foram detidas pela polícia na manifestação que reúne cerca de 35 mil pessoas na Alameda das Bandeiras, via em frente ao Congresso Nacional, segundo estimativas da Polícia Militar.

De acordo com a Secretaria, o tumulto começou quando manifestantes tentaram invadir "o perímetro de segurança restrito previsto no Protocolo Integrado Tático (PrTI), mas foram contidos pela Polícia Militar, que usou progressivamente a força".

As detenções, ainda segundo a secretaria, foram por porte de entorpecentes e porte de arma branca. Os quatro foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).

O boletim policial informa que um dos manifestantes "ao tentar atingir um policial militar com um rojão, teve ferimento na mão devido à explosão". O ferido foi socorrido por outros manifestantes. O Corpo de Bombeiros fez até há pouco dois atendimentos, entre eles um policial.

As principais vias de acesso à Esplanada dos Ministérios (S1 e N1) continuam bloqueadas na altura da Catedral de Brasília.

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