Manifestantes fazem ato na Praça da Liberdade contra o governo de Temer

Danilo Viegas
dviegas@hojeemdia.com.br
15/05/2016 às 11:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:26
 (Danilo Viegas)

(Danilo Viegas)

O grito de “Não vai ter golpe!” ecoado pelos apoiadores de Dilma ganhou na manhã deste domingo (15) mais um verso. Ao coro de “Fora Temer!”, centenas de pessoas contrárias ao presidente interino se reuniram na Praça da Liberdade para protestarem contra o que dizem ser um governo ilegítimo.

A manifestação foi organizada por um evento no Facebook que já contava com mais de 10 mil confirmações. Apesar disso, cerca de 500 pessoas compareceram ao evento. Entre as reivindicações estavam a falta de representatividade de mulheres e negros no primeiro escalão do governo e a extinção de diversos ministérios, como o da Cultura e o do Desenvolvimento Agrário.

Segundo o advogado Francisco Diniz, de 30 anos, um dos organizadores do evento, o protesto é suprapartidário, porque converge em um mesmo tema as pessoas que apoiavam o governo PT e também quem era contra à política de Dilma, mas não se sente representado pelo PMDB. “Apesar de em um momento essas partes estarem distantes, a situação atual nos proporciona a mesma pauta: lutar contra o governo de Michel Temer. É um movimento que extrapola a questão partidária”, diz.

Para a estudante Luiza Lafetá, de 26 anos, o intuito é somar as forças. “Independentemente de Dilma, Lula, ou qualquer político que seja, acredito que toda a democracia está sendo afetada. Não podemos aceitar um governo que não teve nenhum voto”.

Apesar da pluralidade de visões políticas defendidas pelos organizadores, o que se viu na praça foi uma intensa participação de movimentos sociais. Estiveram presentes no ato representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), União da Juventude Socialista (UJS),  e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), entre outros. As predominantes camisetas vermelhas com a imagem de Dilma Rousseff se misturavam às faixas e bandeiras que chamavam Michel Temer de golpista conspirador.

“É um governo que não conta com o apoio de ninguém. Ao meu ver não há legitimidade constitucional nem popular”, diz o empresário Felipe Martins, de 32 anos. “Precisamos construir uma bandeira mais concreta em torno da derrubada de Temer, para depois termos uma base de sustentação para a derrubada do impeachment”, conclui.

Durantes palavras de ordem proferidas ao microfone, os organizadores convocaram a população para um “barulhaço” em protesto à entrevista de Michel Temer ao programa Fantástico. Na próxima quinta-feira (19), outro ato está previsto contra o governo do PMDB, às 17h, na Praça Afonso Arinos.

Durante a manifestação, o repórter da TV Globo Odilon Amaral foi impedido por manifestantes de cobrir o ato. Aos gritos de “golpista”, o jornalista foi escoltado pela Guarda Municipal e expulso do evento.

Em Brasília

Também nesta manhã, cerca de 200 manifestantes contrários ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e ao governo de Temer fizeram um protesto em frente ao Palácio do Planalto. 

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