Na prisão da 'Lava Jato', Cabral tem a companhia de Vaccari, Cunha e Bendine

Estadão Conteúdo
19/01/2018 às 18:48.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:51
 (Reprodução/TV Globo)

(Reprodução/TV Globo)

O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), chegou ao Complexo Médico-Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (19). O emedebista foi transferido, por ordem judicial, do Rio para o presídio onde já estão seu colega de partido, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine.

Cabral carrega em seu currículo três condenações judiciais que somam 87 anos de reclusão - deste total, 14 anos e dois meses por corrupção e lavagem de dinheiro foram impostos pelo juiz Sérgio Moro.

O ex-governador estava na cadeia pública de Benfica, zona norte do Rio, mas os investigadores descobriram que ali o ex-governador levava uma vida de luxos e regalias - esta a causa de sua remoção para a prisão da "Lava Jato", no Paraná.

Antes de chegar a Pinhais, Sérgio Cabral foi submetido a exames no Instituto Médico Legal. Ele estava com as mãos algemadas e os pés acorrentados. Seu defensor, o advogado Rodrigo Roca, protestou. "Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."

Já passaram pelo Complexo Médico-Penal o ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda e Casa Civil) e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Eles estão, no momento, custodiados na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, base da grande investigação, tentando fechar acordos de delação premiada. Se o pacto avançar, podem ir para a rua. Se travar, devem retornar a Pinhais.Divulgação/Depen-PRNo Complexo Médico-Penal, as celas têm camas de concreto e colchões padronizadosDivulgação/Depen-PRNo local, os vasos sanitários são no chão das celas

Na quinta-feira (18), os juízes federais Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, e Caroline Vieira Figueiredo, da 7.ª Vara Federal, do Rio, determinaram a remoção do ex-governador para o presídio no Paraná por causa de regalias na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio, onde o emedebista estava custodiado. Sérgio Cabral chegou a Curitiba no fim do dia.

Relatório do Ministério Público do Rio apontou luxos e muitas regalias na prisão em Benfica. A 11.ª Promotoria de Investigação Penal fiscalizou o local em 24 de novembro e destacou que na Galeria "C", onde ainda estava preso Sérgio Cabral e onde estão outros alvos da "Lava Jato" havia "linguiças fritas ainda quentes". Os promotores encontraram "alimentos in natura diversos como frutas, queijos e frios, pó de café, chás e alimentos que necessitavam de preparo com calor dentro da cela".

O Ministério Público do Rio ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-governador, o secretário de administração penitenciária, o subsecretário de gestão penitenciária, os diretores e subdiretores de Bangu VIII e da Cadeia Pública de Benfica, unidades prisionais que abrigaram o emedebista, em razão do tratamento diferenciado.

O ex-governador foi alvo de dois mandados de prisão preventiva em novembro de 2016, um de Moro e outro do juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, que comanda a "Lava Jato" no Estado. Cabral já esteve custodiado em Curitiba por cerca de uma semana, em dezembro de 2016.

Defesa

Em nota, o advogado Rodrigo Roca, que defende Sérgio Cabral, afirmou: "Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."Reprodução/TV Globo

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por