Na segunda maior cidade de Minas, Uberlândia, o prefeito Gilmar Machado (PT) tenta a reeleição com o apoio de PCdoB e PMDB, em meio a atrasos no pagamento e paralisações de servidores. “Não existe eleição fácil, e essa é muito mais difícil porque o ex-prefeito, que sai candidato agora, governou a cidade no auge do governo Lula, quando a situação econômica do Brasil era muito melhor”, diz Machado, em referência ao seu adversário direto, o deputado federal Odelmo Leão (PP).
Odelmo, que governou Uberlândia entre 2005 e 2012, vai em outra direção. “De acordo com dados oficiais, entre 2013 e 2015, houve aumento médio de 7%, ao ano, na arrecadação municipal. Não se pode dizer que houve queda. Por outro lado, houve crescimento de 15% ao ano no gasto com a folha de pagamento. O que é preciso é gestão pública”, cutuca.
Machado se defende, afirmando que Uberlândia é hoje a cidade onde mais rápido se abrem empresas no Brasil e afirma que um micropolo de tecnologia da informação abriu mais de 3 mil empregos nos últimos dois anos.
Em meio à briga dos dois, o economista Alexandre Andrade (PSB) se coloca como uma terceira via para a cidade, apoiado pelo grupo do deputado federal Tenente Lúcio (PSB). Especialista em gestão de cidades, Andrade disputa a prefeitura pela primeira vez, foi secretário de Transporte na gestão de Machado e busca vender a imagem de gestor eficiente e sem ligação com a “política tradicional”.
Uberaba
Outro cacique tradicional que busca viabilizar o seu retorno ao governo é Anderson Adauto (PP). O ex-ministro dos Transportes do governo Lula e ex-prefeito de Uberaba (2005-2012) lança a sua esposa, Ângela Mayrink (PP) como candidata a prefeita. Ele sai como vice na chapa. “Eu ainda não tenho segurança jurídica para me candidatar. Resolvi alguns processos que tenho contra mim e ainda faltam dois. Posso ser candidato, mas sabe aquela insegurança na hora da posse? Politicamente tomei essa decisão. Resolvi fazer o contrário e sair com ela”, explica o próprio político.
Adauto conseguiu uma recomendação do diretório nacional do PT para, em nível local, o partido lhe apoiar. No entanto, o diretório municipal decidiu, em convenção do dia 5, apoiar outro candidato, o novato Públio Rocha (PV). Advogado e professor universitário, Públio nunca havia sido candidato. “Estamos nos colocando como uma alternativa de pessoas que sempre estiveram na iniciativa privada. É uma via de empresários, de pessoas que estão cansadas com políticos tradicionais”, diz. Uma decisão da justiça eleitoral sobre o futuro do PT na disputa pode acontecer até amanhã.
Com um quadro pulverizado, também concorre na cidade o deputado federal Antônio Lerin (PSB), apoiado pelo PSDB. “A aliança coloca o PSDB de Uberaba na condição de enfrentar forças reacionárias”, diz o presidente municipal do partido, Karim Abud Mauad. Outro candidato é o filho do ex-prefeito Wagner do Nascimento (1982-1988), Wagner Júnior (PTC).
Em meio a esses adversários, o prefeito Paulo Piau (PMDB) busca a se reeleger. “Claro que a região, como é agronegócio, sofre menos a crise. Mas nós perdemos feio para a inflação nos últimos anos. Em 2015, a receita cresceu 4%, mas a inflação foi de quase 11%. A prefeitura perdeu poder de compra. Há uma dificuldade nacional. Para quem atua na gestão pública, este momento é o da gestão mais difícil”, diz.
Patos de Minas
Na terra do vice-governador Antônio Andrade, Amarildo Ferreira (PMDB) concorre com o apoio do cacique do PMDB, em chapa com PT e PDT. Amarildo foi vereador e saiu derrotado na disputa pela prefeitura na última eleição. Um dos seus adversários é José Eustáquio (DEM), que conseguiu reunir em sua base de aliados Elmiro Nascimento (DEM), primeiro suplente de Aécio Neves no Senado, e o ex-senador Arlindo Porto (PSDB), que também já foi prefeito da cidade. Também concorre, pelo PRB, o empresário e engenheiro Jader Carvalho, que tenta a prefeitura pela segunda vez.