Patrus Ananias: “Não posso negar nada para Belo Horizonte”

Ricardo Rodrigues - Do Hoje em Dia
30/12/2012 às 10:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:10
 (TONINHO ALMADA/ARQUIVO HOJE EM DIA )

(TONINHO ALMADA/ARQUIVO HOJE EM DIA )

O PT nos próximos dois anos vai construir um projeto político alçado na democracia participativa e no desenvolvimento regional sustentável para erradicar a pobreza em Minas Gerais, anuncia o advogado e professor Patrus Ananias, derrotado em sua tentativa de retornar à prefeitura da capital.

Servidor concursado da Assembleia Legislativa e membro do diretório nacional do PT, ele disse ao Hoje em Dia na quinta-feira (27), em sua sala na Escola do Legislativo, que o prefeito Marcio Lacerda terá oposição forte para cobrar as promessas.

O ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome promete não se distanciar da capital mineira. “Fui vereador, relator da Lei Orgânica de Belo Horizonte e, não tenho dúvida, fui o melhor prefeito de BH. Não posso negar nada à cidade que me deu tudo”.


O PT participou unido na campanha?

Fizemos uma campanha ética. Não compramos apoio político e nem militantes. A unidade do PT superou dificuldades. Os velhos e bons militantes tiraram as bandeiras do fundo do baú. A retomada da aliança de centro-esquerda teve forte participação dos movimentos sociais. O recado ao PT foi dado em forma de desafio, instando o partido a se preparar para as eleições de 2014. Os jovens aderiram com entusiasmo à nossa campanha. Meu compromisso é não deixar se perder o que ganhamos no processo eleitoral.


Por que a derrota do PT no primeiro turno?

A polarização foi fator decisivo, pois as outras candidaturas de esquerda não contribuíram efetivamente para que houvesse segundo turno. Uma derrota por diferença pequena. Virei candidato na 25ª hora. Faltavam três meses para a eleição e tivemos 40% dos votos. A campanha do adversário era poderosa, usou a máquina da prefeitura e a máquina estadual. Se houve derrota eleitoral, tivemos vitórias políticas expressivas.


O insucesso nas urnas foi vitória política?

Todas as forças políticas do partido aderiram à candidatura. Se não unificou as legendas de esquerda, a campanha fez aliança com movimentos sociais, lideranças sindicais e socialistas históricos do PSB. O prefeito tem alguma compreensão do que seja o socialismo do ponto de vista teórico e prático? A visão dele é de privatizar o espaço público. Nossa campanha resgatou o campo democrático popular, possibilitou que houvesse debate sobre a cidade, mesmo a contragosto do adversário. O fato é que vamos cobrar as promessas que ele fez, uma a uma, pois não se brinca com desejos e necessidades da população.


O que esperar do PT?

O PT será oposição forte em Belo Horizonte. Uma parcela grande da população não apoiou Lacerda. Um terço votou branco ou nulo. Não se constrói uma sociedade com liberdade e justiça social sem a participação de todos os cidadãos. Vamos consolidar a aliança com os partidos de esquerda e ampliar o diálogo com os movimentos sociais, entidades sindicais, universidades, igrejas e empresários com consciência social. Vamos mostrar a cara e a força política do campo democrático popular.


Fernando Pimentel disputará o governo?

Talvez já estejamos atrasados nessa discussão. Não devemos pensar em nomes, por enquanto. Fundamental é discutir um projeto para Minas Gerais, a partir das diferentes regiões, tendo em vista desigualdades sociais, recursos naturais e humanos. O projeto político de governo do PT vai alargar o sentido da palavra desenvolvimento, unificando políticas públicas e obras estruturantes para erradicar a pobreza. Desenvolvimento sustentável e integrado, sendo a vida o valor mais importante e centro das políticas públicas. Minas Gerais vive um vazio enorme no campo das políticas sociais. Ocupa a oitava posição em desenvolvimento social no país. É muito pouco.
 

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