Petistas já traçam estratégia para eleição indireta

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
20/05/2017 às 07:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:38
 (Wilson Dias/ABr)

(Wilson Dias/ABr)

A cúpula do PT defende que o partido aposte todas suas fichas nas mobilizações populares pela realização de eleições diretas para uma eventual sucessão do presidente Michel Temer. No entanto, setores influentes da bancada do partido na Câmara já traçam estratégias para o caso de um colégio eleitoral no Congresso.

Deputados petistas apostam na divisão da base do governo em um eventual colégio eleitoral. Neste caso, defendem que o PT apoie o candidato que se comprometa a fazer um mandato de "superação da crise", com diálogo entre os diversos setores políticos e, principalmente, retirar de pauta as reformas trabalhista e da Previdência.

Segundo um parlamentar petista, a decisão sobre as reformas deveria ficar para o próximo presidente eleito pelo voto popular e com legitimidade das urnas para faze-las ou não.
A ideia parte do mesmo setor da bancada petista que defendia apoio a Rodrigo Maia (DEM-RJ) na eleição para a presidência da Câmara, em julho do ano passado, com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi obrigada a recuar diante da pressão da militância.

Voto popular

A hipótese enfrenta oposição da cúpula partidária que, reunida em caráter excepcional anteontem em São Paulo, aprovou resolução que rejeita qualquer alternativa que não seja pelo voto popular. Setores da bancada também são contra. "Nosso caminho é o das eleições diretas", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Para a cúpula petista, a possibilidade de participar de um colégio eleitoral pode esvaziar o principal ativo político acumulado pelo partido após deixar o governo: a reconciliação com movimentos sociais.

Na quarta-feira, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) vai apresentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado parecer favorável à PEC que prevê eleições diretas em caso de vacância da Presidência até um ano antes do fim do mandato. Hoje, o prazo é de dois anos. "Não vamos participar de nenhum pacto que seja feito sem a participação do povo."
 

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