BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) vai abrir inquérito para saber se o esquema de corrupção na Federação Internacional de Futebol (Fifa), investigado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, tem ramificação no Brasil.
De acordo com o Ministério da Justiça, as investigações serão centralizadas na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vão se encontrar nos próximos dias para discutir detalhes do caso.
No Brasil, as suspeitas recaem sobre contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foram presos, até o momento, 14 pessoas, entre eles sete dirigentes da Fifa. Todos foram indiciados por extorsão e corrupção pela Procuradoria de Nova York.
A CBF informou que vai “reanalisar todos os contratos ainda vigentes e remanescentes de períodos anteriores”.
Nesta quinta-feira, o prédio da sede da CBF, na Barra da Tijuca no Rio, batizado com o nome de Marin na fachada, amanheceu sem o nome do dirigente. A Confederação informou ainda que entregou espontaneamente ao Ministério Público Federal contratos que são alvos de investigação do Departamento de Justiça dos EUA.
Os documentos são o acordo da entidade com a Nike, para fornecimento de material esportivo e patrocínio, e com as empresas de marketing esportivo Traffic Sports e Klefer para comercialização dos direitos da Copa do Brasil até 2022, torneio de clubes que a CBF organiza anualmente.
Flamengo
O ex-presidente do Flamengo Kleber Leite confirmou, em seu blog, a entrega de documentos à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Federal (MPF), que estiveram na última quarta-feira na sede da empresa de marketing esportivo Klefer, da qual Kleber é sócio.
“Acuso que recebemos na Klefer as visitas do Ministério Público e da Polícia Federal, em ato de cooperação com o governo americano, e que todos os documentos solicitados foram prontamente entregues”, disse Kleber Leite.