Presidente da CPI diz que 'quadrilha' está em Goiás

Ricardo Brito
18/07/2012 às 21:27.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:40

O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que a disputa entre tucanos e petistas não vai atrapalhar os trabalhos da comissão parlamentar. "Não pode e não vai inviabilizar os trabalhos", disse, ao fazer um balanço dos trabalhos da CPI.

Vital não quis opinar se a comissão deveria reconvocar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para explicar as novas acusações de que teria firmado um compromisso com a Delta Construções, intermediado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, quando negociou a venda de uma mansão, em Goiânia.

O presidente da CPI disse que o "núcleo da quadrilha" está em Goiás. "Não sou eu que estou dizendo, qualquer criancinha sabe disso, ela nasceu lá", afirmou. Mas ele ressalvou que esse fato não é "fator determinante" para Perillo voltar ou não à CPI. "Não tenho convicção disso, até porque espero o que a CPI vai analisar". Requerimento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) pediu a reconvocação de Perillo. O PT, ao contrário, defende o impeachment do governador, sem nova passagem pela CPI.

Questionado se é recomendável que o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), defenda o indiciamento de Perillo, Vital respondeu: "O Paulo me afirmou que fez um comentário como membro da CPI, não como vice-presidente".

Vital também se recusou a comentar o pedido de convocação de Wilder Morais (DEM-GO), o suplente do senador cassado Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO). Grampos feitos pela Polícia Federal revelaram que Wilder deveria a suplência de Demóstenes a Cachoeira. "A presidência não versa sobre conceitos isolados de requerimentos, a presidência se pronuncia depois de requerimentos aprovados", afirmou.

O senador afirmou ainda que o assassinato nesta terça em um cemitério em Brasília de Wilton Tapajós Macedo, agente da Polícia Federal que participou das investigações da Operação Monte Carlo, não vai intimidar os trabalhos da comissão parlamentar. "Não há nenhuma ameaça, não há nenhuma intimidação".

Segundo o presidente da comissão, o caso está "inicialmente" com a polícia. Ele disse ter acionado delegados da PF destacados para atuar na CPI para acompanhar os desdobramentos da morte do agente. Ele, contudo, não quis opinar sobre se acha que o assassinato teria sido queima de arquivo. "Eu não posso me antecipar ao trabalho da polícia", afirmou.

Vital apresentou um balanço dos três meses de investigações da CPI. Foram realizadas 21 reuniões, das quais 14 para ouvir testemunhas e outras sete de caráter administrativo, na qual são votados requerimentos de quebra de sigilo e convocação de pessoas. Segundo ele, 13 depoentes permaneceram calados, nove responderam aos questionamentos dos parlamentares e outros dois, deram depoimentos parciais.
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