Senado acelera impeachment e aponta para saída da presidente

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
11/08/2016 às 08:36.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:18
 (Antônio Cruz/Agência Brasil)

(Antônio Cruz/Agência Brasil)

O resultado da votação no Senado, que tornou Dilma Rousseff (PT) ré no processo de impedimento, indica que será muito difícil para a presidente afastada conseguir barrar o impeachment. No veredito final, que deve acontecer a partir do dia 23 de agosto, a petista perderá definitivamente o mandato caso pelo menos 54 dos 81 parlamentares votem pelo afastamento da presidente.

Entre a terça-feira e a madrugada de quarta, por 59 votos a favor e 21 contra, os senadores decidiram pela aceitação do parecer que leva Dilma Rousseff ao julgamento derradeiro por crime de responsabilidade. Muitos não só votaram “sim”, como usaram as “pedaladas” para justificar as acusações que recaem sobre a presidente afastada.

Placar elástico 

Adversários de Dilma comemoraram a vitória e acreditam que o placar será até mais elástico na etapa final. Para o presidente do PSDB em Minas, deputado federal Domingos Sávio, o resultado mostra que a situação da presidente afastada é irreversível.

“Essa fase preliminar deu todo o indicativo de que a Dilma será cassada. A saída definitiva dela está selada. Além dos crimes de responsabilidade cometidos, os senadores têm a consciência cívica de que seria uma tragédia para o país a volta dela e do PT ao poder”, afirmou. 

Sávio acredita que serão, pelo menos, 60 votos a favor do impeachment no julgamento final do processo contra a petista no plenário do Senado.
A estimativa é próxima à da equipe do presidente interino, Michel Temer, que espera obter 61 votos, incluindo o do presidente da Casa, Renan Calheiros.

Do outro lado, apesar da dura derrota, parlamentares contrários ao afastamento de Dilma tentam manter o discurso de que ainda é possível modificar a votação na etapa derradeira. 

Para o senador João Capiberibe (PSB-AP), que se manteve contrário ao processo mesmo sendo de um partido que defende o impeachment de Dilma, alguns senadores já sinalizaram que votarão contra o afastamento na decisão final, mas optaram por não manifestar abertamente o voto por temor de pressão por parte do governo Temer.

“Não tenho afinidade com PT ou PSDB, com Temer ou Dilma. Defendo a democracia. E o que está por trás deste impedimento é um golpe. Trata-de um processo político em que fazem uma encenação alegando uma questão jurídica. No momento certo, estou convencido de que a verdade prevalecerá”, diz. 

Segundo Capiberibe, para conquistar votos dos senadores, a presidente Dilma deve se comprometer a realizar um plebiscito para novas eleições. 

Votação

A princípio, a votação que definirá se a presidente Dilma será ou não afastada definitivamente está programada para começar no dia 25 de agosto. Mas como a acusação entregou ontem mesmo as alegações finais, não utilizando os dois di[/TEXTO]as a que tinha direito, existe a possibilidade de o julgamento começar em 23 de agosto. 

Nos bastidores, Temer já trabalha para que o julgamento ocorra antes de 25 de agosto. Ele quer uma margem de segurança de que o processo vai se encerrar no fim de agosto, permitindo que programe com segurança a viagem para China, nos dias 4 e 5 de setembro, onde participará de reunião do G-20, grupo que reúne as maiores economias do mundo.
 

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