Verba do Senado pagou combustível de helicóptero apreendido com drogas

Marcelo Portela
28/11/2013 às 21:12.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:26
 (PM/Divulgação)

(PM/Divulgação)

O senador Zezé Perrella (PDT-MG) também usou verba indenizatória do Senado para abastecer a aeronave apreendida no fim de semana passado com 443 quilos de cocaína. Desde que o pedetista assumiu a vaga de Itamar Franco (PDMB-MG), morto em julho de 2011, a Casa desembolsou mais de R$ 104 mil com verba indenizatória para custear notas de abastecimentos apresentadas pelo gabinete de Perrella, sendo que parte desta verba foi destinada ao combustível do helicóptero Robinson R-66.

A maior concentração de gastos ocorreu em 2012, ano eleitoral. Neste período, o Senado desembolsou R$ 55 mil com abastecimento para Zezé Perrella. Este tipo de gasto chegou a R$ 38 mil em 2011 e, até outubro deste ano, a Casa reembolsou o senador em outros R$ 11 mil com combustíveis.

O helicóptero apreendido por meio de operação conjunta da Polícia Militar (PM) do Espírito Santo e da Polícia Federal está registrado em nome da Limeira Agropecuária e Participações Ltda, fundada por Zezé Perrella e posteriormente transferida para seus filhos, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD), de Minas Gerais, e Carolina Perrella, além do sobrinho André Almeida Costa. A aeronave é a única da família.

Apesar dos gastos com o abastecimento do helicóptero, feito principalmente na Pampulha Abastecimento de Aeronaves Ltda, o Senado ainda desembolsou R$ 58 mil reais de verba indenizatória para o ressarcimento de notas de passagens aéreas apresentadas por Zezé Perrella desde que ele assumiu o cargo.

Segundo a assessoria do senador, todos os gastos feitos pelo Senado com abastecimento da aeronave, que ainda está apreendida, foram relativos ao uso do helicóptero para atividade parlamentar. O Estado tentou falar com Zezé Perrella, mas ele não atendeu nenhum dos celulares.

Depoimentos

Na tarde desta quarta-feira, o deputado Gustavo Perrella e sua irmã Carolina prestaram depoimentos na sede da Polícia Federal em Minas Gerais. Eles foram ouvidos pelo delegado Elster Lamoia, do setor de entorpecentes da Superintendência da instituição em Minas, a pedido do delegado Leonardo Damasceno, que preside o inquérito instaurado pela PF no Espírito Santo.

Os dois negaram que soubessem da carga transportada pelo piloto Rogério Almeida Antunes, também funcionário da Limeira, e alegaram que o empregado havia informado que faria um voo para São Paulo, omitindo a viagem ao município de Afonso Cláudio (ES), onde foi flagrado com a droga. Antunes, que também ocupava cargo na Assembleia Legislativa de Minas por indicação de Gustavo Perrella até a última terça-feira, continua preso no Espírito Santo.
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