Vereador do PT admite contradição em aliança com PP

Daiene Cardoso
20/06/2012 às 18:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:58

O vereador Antônio Donato, coordenador da pré-campanha do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, admitiu na tarde desta quarta-feira que pode existir contradição na aliança entre PT e PP, mas culpou o sistema eleitoral brasileiro pela situação. "Aparentemente é uma contradição, não vou negar isso, as histórias são diferentes. Mas isso já ocorreu em todos os Estados e em todas as eleições, porque o sistema eleitoral brasileiro gerou esta multiplicidade, essa necessidade de construir maioria no congresso e integrar os interesses desses partidos nos governos", concluiu Donato em entrevista coletiva na Câmara Municipal de São Paulo. Ainda de acordo com ele, embora o PP esteja na aliança, a participação do deputado federal Paulo Maluf, presidente da sigla no Estado, será restrita. "Todos sabem que o Maluf não terá um papel protagonista nesta eleição", declarou.

Na sua avaliação, não houve constrangimento do partido no encontro entre Maluf e Haddad e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última segunda-feira, que selou a aliança. Ele acredita que o episódio acabou sendo amplificado pela reação da deputada Luiza Erundina. "Isso foi potencializado talvez pela atitude de Erundina. Sou testemunha de que ela foi informada e tratou isso com naturalidade", lembrou. Ainda de acordo com ele, apesar de Maluf não estar pessoalmente na campanha, o PT avalia que seria contraditório o partido que apoia o governo Dilma Rousseff na esfera federal não poder se aliar com o PT na esfera municipal. "Esse mesmo Maluf apoia o governo Dilma, apoiou o governo Lula e apoia o governo Alckmin. Esse é o nosso sistema político, o tal do presidencialismo de coalizão que gera essa situação", disse.

Para o coordenador da campanha de Haddad, a saída da deputada federal Luiza Erundina da chapa é um episódio que será superado com o tempo e que não deve causar grandes prejuízos para a campanha. "É uma coisa momentânea. Evidentemente que cria um ruído na campanha, mas isso tende a ser superado", afirmou. De acordo com ele, o objetivo do PT era tornar Haddad mais conhecido e que a aliança com o PP proporcionará mais exposição ao PT. "Hoje temos o maior tempo de TV, que é estratégico para a campanha", considerou. "O novo não é uma imagem nova, é uma proposta nova para a cidade, para apresentar essa proposta, precisa ter tempo de TV", acrescentou.

Donato comemorou também o crescimento de Haddad na última pesquisa Datafolha, que mostrou aumento de 160% do candidato petista. "É um resultado bastante positivo", afirmou. Donato disse que o PT aguarda agora apenas uma posição do PCdoB para definir com os partidos da coligação quem será o substituto Erundina na chapa. Ele disse ainda que os comunistas não fizeram exigências de apoio do PT em outras cidades. Ele admitiu que entre os nomes cogitados para integrar a chapa está o da deputada estadual Leci Brandão. "É um nome que foi colocado e a gente respeita."
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