O vice-presidente do Cruzeiro, José Maria Fialho, teria ordenado a um funcionário da Stillus Alimentação que ele escondesse provas que supostamente o incriminaria na operação “Laranja com Pequi”. “Escondam tudo”, teria dito, na manhã da terça-feira (26), quando policiais federais, militares e auditores da Receita Estadual cumpriam os mandados de busca, apreensão e prisão dos envolvidos.
A ligação foi realizada de um aparelho fixo a um funcionário, de nome Evandro. A Polícia Federal interceptou o telefonema, o que comprovaria a maneira ousada que o empresário encontrou para livrar-se das provas. Fialho avisou a Evandro que a PF acabara de sair da casa de João Wilson Barbosa Júnior e se dirigia para a empresa, em Belo Horizonte. Deu ordens expressas para que ele retirasse os papéis que estavam sobre sua mesa e os escondesse. O diálogo se refere à operação de busca de documentos na casa de João, um dos diretores da Stillus. A empresa pertence a Alvimar Perrella.
Até agora, o Ministério Público Estadual não havia pedido a prisão de Alvimar e a de Fialho. No entanto, as escutas mostram que, pelo menos o vice-presidente do Cruzeiro, tentou atrapalhar a investigação. O telefonema pode resultar no pedido de detenção de Fialho.
Ele é apontado pelo MPE como um dos responsáveis, ao lado de Perrella, pelo desvio de R$ 55 milhões dos cofres públicos. A Stillus é acusada de direcionar licitações e superfaturar contratos.
Inquérito
“Conforme se demonstrará, os representantes e diretores da Stillus (Alvimar de Oliveira Costa, Bruno Vidott, João Wilson Veloso Barbosa Júnior, José Maria Queiroz Fialho e Álvaro Wagner Diniz de Araújo) utilizam-se de métodos ilícitos para obter sucesso nos negócios. Nesse sentido, não hesitam em lançar mão de práticas condenáveis, que buscam favorecer a corrupção de servidores públicos envolvidos nos procedimentos licita-tórios”, diz trecho do relatório do MPE. Fialho foi procurado pelo celular, porém, não atendeu às ligações. Seu advogado, Antônio Veloso Neto, não foi encontrado.
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