Polo tecnológico ganha fôlego entre montanhas

Patrícia Scofield - Hoje em Dia
12/12/2014 às 08:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:21
 (Luiz costa - Hoje em Dia)

(Luiz costa - Hoje em Dia)

Empreendedores da área de Tecnologia da Informação (TI) em Minas Gerais se articulam para mais que quadruplicar o faturamento do setor, que deve saltar dos R$ 2 bilhões atuais para R$ 9 bilhões até 2022, tornando o Estado polo internacional, segundo estimativas do Projeto MGTI.

O Estado entrou para o radar dos investidores em 2005, quando o Google comprou a Akwan – startup fundada por professores da UFMG. Menos de dez anos depois, o “San Pedro Valley”, uma associação que representa jovens empreendedores de TI baseados no bairro São Pedro, em Belo Horizonte, foi reconhecido e premiado, em novembro deste ano, como a melhor comunidade de startups do Brasil, na Spark Awards, promovida pela Microsoft.

A capital também sedia o BH-TEC, parque tecnológi-co que promove a interação entre universidades, órgãos governamentais e empresas de base tecnológi-ca, constituindo um ambiente favorável para geração de negócios e para desenvolvimento socioeco-nômico do Estado.

As apostas para colocar o Estado em posição de destaque passam por iniciativas como o programa Seed (Startup and Entrepreneurship Ecosystem Development), do governo estadual, para atração e fomento de startups.

De acordo com o vice-presidente da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações em Minas Gerais (Sucesu-Minas) e conselheiro do MGTI, Leonardo Bortoletto, também está prevista a formação de um “Condomínio Temático Virtual” ao longo dos próximos cinco anos.


Trata-se de um ambiente virtual que possibilitará trocas entre empresas de Minas e o restante do país. “Também colocaremos as empresas em contato com o ensino da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA). Essa é uma ação inédita, que traz as melhores práticas do Vale do Silício, referência em tecnologia da informação”, disse.

Segundo o vice-presidente da Assespro e membro do MGTI, Daniel Diniz, a primeira edição da parceria com a universidade norte-americana já foi realizada, com um módulo virtual e aulas de professores de Stanford em Belo Horizonte. Em outro módu-lo, cerca de dez empresas passaram duas semanas nos EUA.
Do ponto de vista do governo estadual, mesmo com a troca de governador, a partir do próximo ano, o Escritório de Prioridades Estratégicas quer ampliar o programa Seed. Segundo a gerente Rejane Martins, o projeto já captou cerca de R$ 14 milhões em fundos e as 40 startups que passaram pela iniciativa já contrataram de três a trinta funcionários. “Na segunda edição do programa, pelo menos 15 empresas estrangeiras se instalaram no Estado. Financiamos parte do custo delas e estamos buscando parcerias para ter um polo também de distribuição para peças às empresas de hardware”, adiantou Rejane Martins.

Capital é laboratório para empresa nacional e estrangeira

Entre as empresas estrangeiras que se instalaram na capital está a Shippfy, do equatoriano Miguel Torres, que trabalha com aplicativos para serviços de entrega ou para taxistas. Segundo ele, a decisão entre ficar em um país onde já tinha estabilidade (Chile) ou virar “gringo mineiro” foi baseada principalmente no que a cidade ofereceu de oportunidade para a realização de parcerias.

“Em termos de negócios, vimos Belo Horizonte como o lugar perfeito para testar a Shippify”, lembra. A meta da startup é chegar a um faturamento de US$ 1,7 milhão até 2022 e ter pelo menos três dos mercados mais importantes no Brasil.

“A comunidade do Vale do São Pedro, o programa Seed e as aceleradoras locais vêm se tornando importantes atores para fazer esse crescimento a continuar”, diz Torres.

Para o proprietário da SambaTech, Gustavo Caetano, há uma maior especialização dos jovens que atuam na área de TI em Belo Horizonte. A startup oferece ao mercado plataforma de vídeos on-line e já conquistou seis prêmios nacionais e internacionais.

“Ainda estamos todos em um processo de consolidação do segmento. Apesar disso, existe um forte indício de que o boom de smartphones deu um verdadeiro impulso ao mercado de startups”, comenta.

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