(Renato Cobucci)
Prefeitos do vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte vão pedir um prazo de 30 dias antes que as transferências de voos para o Aeroporto da Pampulha sejam, de fato, consolidadas. Segundo o chefe do Executivo municipal de Lagoa Santa, Rogério Avelar (PPS), é o tempo necessário para que sejam feitos estudos técnicos para avaliar o impacto nas cidades do entorno do Aeroporto Internacional de Confins. De acordo com ele, 12 cidades com uma população em torno de 800 mil habitantes serão diretamente impactadas.
Prefeitos de Pedro Leopoldo, Matozinhos, Capim Branco, Confins, São José da Lapa, além de Lagoa Santa e um representante de Santa Luzia foram recebidos pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, na manhã de ontem, na sede da PBH. Kalil é favorável à transferência de alguns voos para a Pampulha, mas concordou em participar dos diálogos entre os prefeitos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério dos Transportes. O prefeito Kalil não falou com a imprensa após a reunião.
“Ninguém é contra a Pampulha”, afirmou o prefeito Rogério Avelar, que será o coordenador do grupo de cidades do vetor Norte. A grande preocupação é não perder a conectividade do Aeroporto de Confins, ou seja, a capacidade que o aeroporto tem em ser a porta de entrada de Minas Gerais, ao receber voos internacionais.
Para o prefeito Rogério Avelar, é preciso consolidar o Aeroporto de Confins que, nos últimos anos, recebeu investimentos de R$ 1 bilhão e opera abaixo de sua capacidade. “O aeroporto foi dimensionado para receber 22 milhões de passageiros por ano e, atualmente, recebe 10,5 milhões”.
Também presente à reunião, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) disse que os prefeitos querem propor uma espécie de compensação para a transferência de alguns voos para a Pampulha. “É preciso achar a dosagem adequada para esta mudança. Assim, Confins passaria a contar com mais voos internacionais”.
Segundo o deputado, o Aeroporto de Guarulhos (SP) tem 40 voos semanais para Paris e algumas dessas rotas poderiam ser remanejadas para Confins.
A assessoria da BH Airport – concessionária que administra Confins – afirmou que não é simples determinar a abertura de voos internacionais. É preciso que haja demanda e que os voos sejam viáveis economicamente para as companhias. A BH Airport ainda aguarda uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a transferência de voos para a Pampulha.