Primeira política pública voltada para o artesanato é instituída em Minas Gerais

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06/12/2017 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:04
 (Manoel Marques/Imprensa MG)

(Manoel Marques/Imprensa MG)

A primeira política pública voltada para o artesanato em Minas foi instituída, ontem, durante a abertura da 28ª Feira Nacional de Artesanato, no Expominas, em Belo Horizonte. O Projeto Mais Artesanato tem o objetivo de coordenar as ações que vão incentivar a formalização e a organização da cadeia produtiva formada por artesãos e associações.

Será instituído o Comitê Gestor do projeto, para coordenar a elaboração do Plano Quadrienal, estabelecer diretrizes e regras para a Casa do Artesanato Mineiro e desenvolver as marcas do Projeto Mais Artesanato. A casa será um espaço público destinado à capacitação dos artesãos e ao fortalecimento da cadeia produtiva do artesanato.

Ao lado da presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), Carolina Pimentel, o governador Fernando Pimentel lembrou que a criação de uma política pública voltada para o setor era uma demanda antiga.

“O que nós estamos celebrando aqui é a importância dessa atividade para Minas Gerais, que faz parte da nossa cultura, da nossa tradição. Faz parte da nossa alma. O que nós fizemos aqui hoje é o sonho que o setor tinha há muito tempo e que, agora, se realiza: criar uma política pública”, afirmou. 

O governador ainda pontuou que o artesanato é uma atividade que está presente em todas as regiões do Estado. “Retrata aquilo que Minas representa. Alguém poderia perguntar qual Minas, e eu diria todas, já que Guimarães Rosa disse que são muitas Minas”, concluiu. 

Fernando Pimentel assinou decreto instituindo cinco grupos de trabalho encarregados de elaborar o diagnóstico e propor medidas e políticas que constarão no Plano Quadrienal de Desenvolvimento do Artesanato de Minas Gerais. 

São eles: Legislação e Políticas Públicas; Comercialização; Desenvolvimento Regional; Inclusão e Desenvolvimento Social; Salvaguarda dos Mestres Artesãos.

Um terceiro documento assinado durante a abertura da feira define como prioridade o lançamento de edital de seleção de proposta visando ao fortalecimento e fomento das cooperativas e associações de artesanato em Minas Gerais. O investimento, por parte da Codemig, é de R$ 1,8 milhão, valor que beneficiará 18 associações ou cooperativas de artesãos em todo o Estado. Cada entidade selecionada receberá até R$ 100 mil.

Formalização

A presidente do Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centro Cape), Tânia Machado, lembrou que o artesanato é uma forma de geração de renda e emprego. Segundo ela, a criação do programa será um incentivo importante para esse setor. 

“A feira deve vender R$ 60 milhões. Para vender isso, a estimativa é que adquiriu R$ 24 milhões em insumos. Muitas indústrias começaram a vida artesanalmente, o que mostra que o artesanato pode se formalizar e sindicalizar”, observou.

Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais, Wadson Ribeiro, o artesanato de Minas Gerais corresponde a 10% do setor nacional. “Isso representa algo em torno de 300 mil artesãos, movimentando cerca de R$ 300 milhões por ano. Então, é importante ter um programa voltado para esse setor”, disse.

Feira

A 28ª Feira Nacional de Artesanato vai até o dia 10 de dezembro e ocupará todo o pavilhão do Expominas com 1.200 estandes e a participação de 7.000 artesãos de todo o Brasil. 

Destes, mais de mil são provenientes dos diversos Territórios de Desenvolvimento de Minas Gerais. A expectativa é de que o evento movimente R$ 60 milhões e receba um público de aproximadamente 180 mil pessoas.

Anualmente, o setor de artesanato movimento cerca de R$ 2,2 bilhões em Minas Gerais. O Estado liderou o ranking dos estados brasileiros que mais exportaram artesanato em fevereiro de 2017.

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