(Dreamstime)
Comemorado no dia 31 de julho, o orgasmo pode significar um problema para muitas mulheres. Até 29,3% delas admitem ter problemas para sentir prazer durante as relações sexuais e outras 34,6% dizem não sentir desejo sexual, de acordo com o último Estudo do Comportamento Sexual (Ecos), conduzido pelo Projeto Sexualidade (ProSex) da Universidade de São Paulo. Segundo o presidente da Comissão Nacional Especializada em Sexualidade da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Gerson Pereira Lopes, dificilmente as causas da dificuldade em se atingir o orgasmo estão relacionadas a um problema de saúde física. O que a maioria das mulheres têm são problemas de ordem psicossociocultural, que em 90% dos casos podem ser facilmente resolvidos. Conforme o médico, atualmente as mulheres se sentem pressionada a atingir o orgasmo e ficam mal quando ele não acontece. "Vivemos uma orgasmocracia, ou seja, uma ditadura do orgasmo onde o direito de sentir prazer está sendo substituído pelo dever", alerta o médico. A dificuldade em sentir o orgasmo está muito relacionada a questões psicológicas e não fisiológicas, por isso, as mulheres não devem ficar decepcionadas quando não conseguem atingir o clímax da relação sexual. "As vezes, o que acontece é uma falha de comunicação entre homem e mulher. É importante a mulher falar o que ela gosta e conhecer seu corpo", explica Gerson. A falta de conhecimento do próprio corpo também traz efeitos negativos durante a relação sexual. Gerson alerta que mulheres que nunca aprenderam a se tocar geralmente tem mais dificuldade em sentir o orgasmo com seu parceiro. "A mulher deveria aprender a sentir o prazer consigo mesma, antes de ter uma relação". Por desconhecimento do próprio corpo, algumas mulheres inclusive têm orgasmo e não sabem que tiveram. Alguns estudos apontam que pelo 20% das mulheres não reconhecem o orgasmo. "É que elas criam uma expectativa tão grande em relação ao clímax, que não percebem o momento certo". Quem é ele?
Vaginismo Algumas mulheres podem apresentar problemas mais sérios que dificultam o orgasmo. Uma forte contração da musculatura da vagina dificulta a penetração do pênis, o que provoca dor durante a relação sexual.
Conhecido como vaginismo, a contratura está relacionada a traumas como abuso sexual ou uma grande repressão sexual. Dessa forma, a mulher tem tanto medo da penetração que se contrai inconscientemente, até mesmo durante exames ginecológicos. "Quando isso acontece existe dificuldade no momento da penetração e o ato sexual deixa de prazeroso. Daí, na próxima relação sexual, a expectativa é de dor, e ela se contrai novamente", explica o vice-presidente da Febrasgo, Hugo Miyahira. Diagnosticado durante exames ginecológicos de rotina, o problema pode ser tratado com uma terapia cognitiva comportamental realizada por ginecologistas especializados em sexualidade.