Profissões em alta: especialistas apostam em áreas promissoras para 2018 como tecnologia e vendas

Fábio Corrêa
fcaraujo@hojeemdia.com.br
08/12/2017 às 09:26.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:07
O estudo mostra que, naquele ano, os homens receberam, em média, R$ 3.484,24, enquanto as mulheres, R$ 2.995,07.  (Maurício Vieira)

O estudo mostra que, naquele ano, os homens receberam, em média, R$ 3.484,24, enquanto as mulheres, R$ 2.995,07. (Maurício Vieira)

Após o país enfrentar dois anos de recessão e uma forte alta nos índices de desemprego, 2018 promete ser de otimismo para algumas profissões. Especialistas na área de recrutamento apontam as áreas de logística, tecnologia, além de vendas e marketing como as que devem despontar nas contratações.

Segundo Vanessa Aguiar, gerente de recrutamento da Robert Half, empresa especializada em recolocação de cargos de média e alta gestão, a retomada de projetos que até então estavam parados no país injeta um novo ânimo no mercado de trabalho, já que será necessária a contratação de novos profissionais para atender à demanda. “O mercado está entrando de forma bem positiva para a contratação, dentro de todas as linhas de negócios”, avalia. 

Vanessa Aguiar afirma que a área comercial é a que tem se movimentado mais e, dessa forma, atraído profissionais de finanças, como gerentes de avaliação de mercado e de planejamento estratégico. “São profissionais mais voltados para a análise, com um pensamento mais crítico, mais analítico”, explica. 

Esses cargos exigem formação em administração e economia, por exemplo, e os profissionais devem ser capazes de analisar o mercado e tornar os produtos ou serviços mais competitivos, por meio de planejamentos, metas e também da análise dos feedbacks dados pelos clientes.<EM><QA0>

Tecnologia

Em um mundo cada vez mais informatizado, os dados estão disponíveis, mas precisam ser organizados. Para isso, surgem oportunidades para os especialistas em grandes volumes de informação, a chamada “big data”. “Com esse avanço da tecnologia, todos esses profissionais que têm facilidade de avaliar, compreender e coletar dados se tornam necessários”, disse Heloísa Gontijo, diretora da filial belo-horizontina da Stato, consultoria de movimentação de talentos.

Têm mais facilidade nessa atividade os profissionais formados em cursos na área de exatas, principalmente estatísticos, matemáticos e engenheiros de tecnologia. “A coleta desses dados é importantíssima para acompanhar o mercado no qual essas empresas estão inseridas”, complementa Heloísa.

Na esteira dos grandes dados estão também as oportunidades para especialistas em segurança da informação e desenvolvedores de sistemas, tanto para a indústria quanto para sites de venda e relacionamento.

No próximo ano, as áreas de mineração e a indústria automotiva também devem abrir novas oportunidades no mercado de trabalho. Engenheiros de produção, especialmente os da área de logística e da cadeia de suprimentos (supply chain), </CW>estarão em evidência, segundo especialistas.

RH

Além do segmento de engenharia, outra área que promete gerar novas vagas é a de profissionais de recursos humanos, que tem tido uma grande procura pelas empresas.

“Com a retomada econômica, o RH vai ter que se voltar para o mercado e buscar profissionais, além de reter aqueles que estão ali no emprego”, afirma Heloísa, da Stato.

Para profissionais de RH, mercado exige trabalhador multitarefas

Capacidade de inovação, jogo de cintura, inteligência emocional e networking (rede de contatos). Essas habilidades serão, cada vez mais, requisitos para um profissional capaz de se manter dentro de um mercado de trabalho dinâmico e exigente.

“Num cenário tão mutante e complexo, a gente vive numa incerteza muito grande. Temos que ser capazes de fazer análise desse contexto e, com isso, a automotivação se mostra importantíssima, porque temos cada vez mais que encontrar motivação”, observa Cynara Bastos, supervisora de Carreiras do Ibmec-MG. 

A flexibilidade na capacidade de executar funções diversas também é, segundo Vanessa Aguiar, da Robert Half, um ativo importante nos tempos atuais. “Os empregadores buscam um profissional que consiga atuar dentro de um linha de negócio, mas que seja multitarefas, se precisar, com um visão do todo”, diz a especialista.

No dia a dia profissional de Giovana Siqueira, 33 anos, isso já é uma rotina. Depois de sete meses sem emprego, a engenheira foi recolocada no mercado e, agora, acumula as funções de gerente de obras e de gerente comercial. “A parte comercial exige muita estratégia e um feeling para novos negócios”, explica. 

Já na área de obras, afirma Giovana, o que pesa mais é a capacidade de gerir pessoas, ainda mais atualmente, quando as metas são mais arrojadas e planejadas sobre prazos mais curtos. “A engenharia está tendo que ser reinventada, porque não há mais disponibilidade de recursos como antigamente. Isso faz com que a pessoa invente técnicas e melhore os custos”, conta.

Recolocação

Para quem está com dificuldades de se recolocar no mercado, a dica é não ficar parado. Seja fazendo cursos de treinamentos, aprendendo idiomas ou mesmo procurando serviços autônomos para continuar exercendo a profissão. “Você tem que estar sempre saindo na frente dos concorrentes”, afirma Heloísa Gontijo, da Stato. 

No caso dos “bicos”, que podem ser ajudas em projetos ou mesmo consultorias, o ganho de experiência e o networking são fundamentais para aumentar a competitividade. “Às vezes, a pessoa não está empregada, mas um amigo a chama para dar uma ajuda em um projeto. Com isso, a ela vai ganhando experiência e faz mais contatos na área”, afirma Heloísa.

Para Cynara, o mais importante é conseguir pensar diferente. “O mundo é muito maior do que a gente pensa e temos muito mais possibilidades e competências para gerar renda que imaginamos”, avalia a supervisora de carreiras.
 

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