Queda de 30% na produção de leite pressiona os preços do café da manhã

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
27/06/2016 às 19:48.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:04
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Depois ver o preço do feijão, do arroz e dos hortifruti dispararem nas últimas semanas, o consumidor já sente no bolso o peso dos itens consumidos no café da manhã. Levantamento do site Mercado Mineiro aponta que produtos como café moído, achocolatado, manteiga e açúcar já estão mais caros em Belo Horizonte. O leite, vilão do momento, já registrou elevação de 40,8% no acumulado de janeiro a junho.[/TEXTO]

A alta está diretamente ligada à redução na oferta. No caso do leite, a captação de maio nas fazendas foi a menor dos últimos nove anos, segundo acompanhamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o que gerou disputa entre indústrias processadoras.

Cadeia

Com a queda na produção de leite, o preço pago aos produtores em maio, na com[/TEXTO]paração com o mesmo mês do ano anterior, aumentou 5% em Minas e 15% na média do país, que pondera o valor de venda na Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas.

Com menos leite disponível, sobem também os preços de todos os produtos derivados, como queijos, iogurtes e bebidas lácteas, requeijão e manteiga. “Toda a cadeia do leite acaba sendo impactada de forma quase linear. A oferta da matéria prima está cerca de 30% menor do que no mesmo período dos anos anteriores”, explica o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais, Celso Moreira.

O roteirista Nimrod Koren diz que tem revezado entre tomar café em casa e na padaria, e que percebeu aumentos em ambos os casos. “Ainda não é anormal, mas é bem perceptível”, diz.

No caso do café, a safra atual sofreu queda de qualidade e volume em função das chuvas que atingiram as lavouras no início de junho. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), cerca de 40% da safra de café do Sul de Minas pode estar comprometida.

Informações do boletim do Escritório Carvalhaes, de corretores de café de Santos, no litoral de São Paulo, revelam que, com as chuvas, a colheita e o beneficiamento do café mineiro foram fortemente prejudicados.

“Ao invés da entrada precoce da nova safra brasileira de café, estamos enfrentando atraso considerável para que um fluxo normal de lotes de café 2016 chegue ao mercado”, afirma o boletim técnico.

 

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