Em tramitação no Senado, a reforma trabalhista tem potencial para mudar os rumos da economia, injetando mais recursos no país, conforme a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Sondagem Especial realizada pela entidade apontou que 67% das indústrias mineiras que terceirizam trabalhadores, 80% delas pretendem mantê-los e 21% querem ampliar esse índice.
A redução de custos por meio do aumento da produtividade é o principal benefício da reforma, conforme afirma a gerente de economia da Fiemg, Daniela Britto. “Há forte redução porque empresas terceirizadas se especializam em determinadas funções. Dessa forma, essas empresas treinam funcionários, que se tornam mais produtivos”, explica Daniela.
Na avaliação da gerente de economia, a flexibilização da CLT é capaz de criar mais postos de trabalho. Ela afirma que essas vagas não existem atualmente porque os empresários têm dúvidas com relação à legislação. Ou seja, há insegurança jurídica.
“Atualmente, as empresas não podem terceirizar o que é atividade fim. Porém, há lacunas, dúvidas, sobre o que é atividade fim e o que é atividade meio. Por isso, muitos deixam de criar empregos, mantendo vagas fechadas”, justifica. Ainda segundo Daniela, essas lacunas deixam de existir caso a reforma seja aprovada.
A Sondagem Especial da Fiemg aponta que os serviços mais terceirizados pela indústria mineira são montagem e manutenção de equipamentos, logística e transportes e consultoria técnica. Daniela ressalta que limpeza, segurança e tecnologia da informação também se destacam.
Ela afirma que ainda há desconhecimento da população a respeito do projeto, fator que faz com que parte dos trabalhadores rechace o texto. Uma das dúvidas mais frequentes diz respeito à redução de salário. “Não há porque se pensar em redução de salário. A própria reforma proíbe que trabalhadores sejam demitidos e terceirizados contratados com salários menores. Além disso, os empregados terceirizados terão que ter os mesmos benefícios dos diretos, como plano de saúde e alimentação”, defende. Daniela comenta, também, que os sindicatos dos trabalhadores continuarão atuando e que o piso salarial das categorias não deixará de existir.