Relatório aponta presença de metal no litoral da Bahia após quase dois anos da tragédia em Mariana

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
14/07/2017 às 16:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:34
 (ICMBio/Divulgação)

(ICMBio/Divulgação)

Relatório elaborado pela Universidade Federal do Espírito Santo aponta registro de micropartículas de ferro no banco de Abrolhos, no litoral sul da Bahia, provenientes ainda do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, no final de 2015.

Segundo o documento entregue nesta sexta-feira (14) ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o metal ainda está muito presente em toda a área atingida, o que indica a necessidade de se manter o monitoramento. Há a preocupação de que os sedimentos, alojados no fundo do mar, possam estar sendo levados, lentamente, para a região pelo movimento das correntes marinhas. 

Os estudos, coordenados pelo professor Alex Cardoso Bastos, mostram ainda os impactos causados às zonas estuarina e marinha da costa capixaba e do sul da Bahia pelos rejeitos de mineração da Samarco, além de reunir informações sobre a qualidade da água, a presença de metais pesados, a contaminação de organismos marinhos, como fictoplânctons e zooplânctons, e a presença de rejeitos depositados no fundo do oceano.

A coleta de material foi feita durante oito expedições realizadas na plataforma continental norte do Espírito Santo, entre novembro de 2015, quando a lama atingiu a foz do Rio Doce, e dezembro de 2016. Três das oito expedições tiveram apoio direto do ICMBio, que cedeu o navio de pesquisa Soloncy Moura, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sul e Sudeste (Cepsul).

Os estudos mostram que, no período pesquisado, entre a primeira e a última expedição, a lama se espalhou rapidamente no oceano, seguindo na direção norte do litoral e causando fortes danos ao ecossistema marinho. Foram atingidas mais fortemente as regiões de Barra Nova e Costa das Algas, onde o ICMBio mantém uma área de proteção ambiental. 

Agora, o ICMBio, que coordena o comitê interinstitucional criado na época do desastre para acompanhar as medidas de proteção à biodiversidade, vai repassar os relatórios para os demais membros, entre eles Ibama, ANA, Anvisa e Institutuo Estadual do Meio Ambiente do Espírito Santo (Iema), para definir as próximas medidas de monitoramento e de recuperação da região contaminada pelos rejeitos.

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