Samarco poderá reduzir quadro de funcionários em 40%

Sergiovanne Amaral
primeiroplano@hojeemdia.com.br
01/06/2016 às 18:01.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:42
 (Whatsapp Divulgação)

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A afirmação do gerente geral de Estratégia da Samarco Mineração (propriedade da Vale e da anglo-australiana BHP), Alexandre Souto, de que a empresa pretende demitir 40% do seu quadro de funcionários, caiu como uma bomba nas negociações entre a empresa e os sindicatos.

O vice-presidente do Sindicato Metabase, de Mariana, Ângelo Antônio, confirmou a informação dada pelo gerente-geral. “Isso já havia sido dito na assembleia do dia 19 de maio por um representante da Samarco.” Segundo Ângelo Antônio, nem o Metabase e nem o Sindimetal, do Espírito Santo, concordam com a medida anunciada. “O Metabase vai pedir que a empresa lance um Plano de Demissão Voluntária (PDV). O funcionário que não quiser acatar e for demitido, será orientado a procurar a Justiça”, disse Ângelo Antônio.

Procurada, a assessoria da empresa respondeu que “não confirma o percentual de 40% de demissões, mas admite que o quadro seria reduzido ao fim do período de lay off”, que acontece no dia 25 de junho. Esse período, previsto em legislação trabalhista, é caracterizado, em uma das modalidades, pela suspensão dos contratos trabalhistas, pagamento de bolsa e requalificação de mão de obra. Atualmente, 1.200 funcionários se encontram em lay off. Ainda segundo a assessoria, “quando as operações forem retomadas, a Samarco irá operar com apenas 60% de sua capacidade, o que torna fundamental que a empresa adeque sua estrutura a essa nova realidade.”

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, reforçou que a empresa deve ser punida, mas não destruída. Na opinião dele, a Samarco gera empregos e riquezas. “Precisamos cobrar agilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e, para isso, oferecer-lhe uma estrutura adequada. Todos os projetos de investimento dependem de licenciamento ambiental e isso deve ser feito de forma mais célere”, pediu.

Esse é mais um dos capítulos da tragédia ocorrida em 5 de novembro do ano passado, quando o rompimento da Barragem de Fundão, na região de Mariana (MG), deixou vários mortos e prejuízos permanentes, tornando-se o maior acidente ambiental da história do Brasil.  

Recomeço das atividades

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente receberá a direção da Samarco para definir um cronograma de retomada das operações da mineradora, interrompidas após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (Região Central do Estado). O anúncio foi feito pelo subsecretário de Regularização Ambiental, Anderson Aguilar, aos deputados das Comissões de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A informação foi dada em audiência pública, realizada nesta quarta-feira (1º), em que funcionários e autoridades mineiras e capixabas cobraram o reinício das atividades para evitar o aumento do desemprego. Ainda de acordo com o subsecretário, o Estado reconhece a importância da operação da Samarco para Minas Gerais, mas ponderou que os estudos com este objetivo estão sendo feitos com todo o cuidado técnico necessário.

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(*)Com ALMG

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