Supercarros híbridos e elétricos aceleram extinção dos motores grandalhões

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
30/06/2017 às 21:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:20
 (Divulgação)

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Um das grandes surpresas do Salão de Genebra de 2015 foi o supercarro Regera, da sueca Koenigsegg. O híbrido equipado com um V8 biturbo 5.0 e outras três unidades elétricas (sendo que uma delas fazia o papel de transmissão quando o motor a combustão não estava em funcionamento) estremeceu o Palexpo com seus 1.825 cv e nada menos que 200 mkgf de torque. 

São números que lhe permitem atingir 410 km/h. Ele até poderia ir além disso, mas a marca achou prudente limitar a velocidade máxima. O Regera, assim como outros supercarros híbridos – a exemplo do Porsche 918 Spyder – faz parte de uma tendência da indústria. O superesportivo alemão que teve exatas 918 unidades fabricadas de 2013 a 2015 adota unidades a combustão de menor deslocamento e a tendência é que eles encolham ainda mais, até desaparecerem.

Encolhimento

O 918 é um exemplo desse caminho. Ele sucedeu o truculento Carrera GT (produzido entre 2003 e 2007), que era equipado com um V10 5.7 de 612 cv. No entanto, o 918 recorria a um V8 4.6 e dois motores elétricos que somavam 900 cv.

Há duas semanas, outro Porsche, o 919 Hybrid, venceu as 24 horas de Le Mans pela terceira vez consecutiva com seu conjunto composto por um pequeno V4 turbodiesel e dois módu-los elétricos que juntos rendem os mesmos 900 cv. O V4 além de tracionar as rodas também aciona um gerador de eletricidade com os gases do escapamento, para aproveitar ao máximo a energia do motor.

Chinês voador

Mas toda essa evolução foi abalada recentemente com o supercarro Nio EP9 da marca chinesa NextEV. Com produção estimada em apenas sete unidades, o bólido tem quatro motores elétricos, cada um com sua unidade de transmissão. Ou seja, cada conjunto traciona individualmente cada uma das rodas por meio de um sistema que gerencia a distribuição de força sob demanda. 

Ao todo são 1.360 cv e 150 mkgf de torque. O leitor pode até achar que é pouco quando se compara com o Regera, mas vale lembrar que nesse caso não há um V8 para somar força. 

Além disso, o Nio EP9 ainda dispõe de um sistema de controle aerodinâmico ativo que atua em conjunto com os motores. Em tese, toda essa parafernália eletrônica permite calcular e distribuir a força individual de cada roda conforme as condições na pista. Ou seja, a força despejada nas rodas numa curva é diferente da força na reta, tal como a posição do aerofólio traseiro e defletores.

A comprovação da genialidade do carro chinês foi registrada em março, em Nurburgring. O carro percorreu o Anel Norte (Nordschleife) em 6m45s. Trata-se do segundo menor tempo já registrado na pista. E só ficou acima do McLaren P1 XP1 LM Prototype, que cravou e 26 de maio 6m43s com seus 986 cv extraídos de seu V8 biturbo 3.8 e um motor elétrico e carroceria nos moldes de um carro de competição.

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