Taxa de desocupação na Grande BH atinge 16,2%, a maior registrada desde 2012

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
18/10/2017 às 22:16.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:17
 (Editoria de Arte)

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O fraco desempenho da indústria e do setor de serviços durante a crise econômica atravessada pelo país minou os empregos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) com mais intensidade do que nas demais regiões do Estado. A taxa de desemprego no segundo trimestre deste ano na Grande BH chegou a 16,2%, a maior desde 2012, quando foi iniciada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).

A análise dos dados consta no Boletim de Conjuntura Econômica de Minas Gerais, divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro (FJP). Conforme o pesquisador da instituição Glauber Silveira, a migração de pessoas que moram no interior para o entorno de Belo Horizonte em busca de emprego contribui para o aumento da taxa. “A Região Metropolitana de Belo Horizonte está mais ligada à indústria e ao setor de serviços. Muitos vêm em busca de um bom emprego e não o encontram”, explica.

Conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo da indústria no segundo trimestre foi negativo em 470 vagas. Ou seja, fecharam mais postos de trabalho do que abriram. Isso, em um período em que já se começava a falar em recuperação econômica.

“A construção civil teve um saldo negativo de 170 vagas. Os serviços industriais de utilidade pública, que envolvem serviços de energia, água e esgoto, também apresentaram saldo negativo de 908 vagas. A indústria puxa muito o desemprego nos centros urbanos”, destaca.

A taxa de desemprego registrada no segundo trimestre deste ano foi de 12,2%. O índice é 1,5 ponto percentual menor do que no primeiro trimestre do ano, ou seja, o desemprego aumentou. Quando confrontado com igual período do ano passado, ele é 1,3 ponto percentual maior.

Apesar do resultado ruim, Silveira afirma que a previsão para o restante do ano é positiva. “Acreditamos em aumento do índice e redução da taxa de desemprego ainda em 2018”, prevê. A queda na taxa de juros e a confiança do consumidor são fatores que contribuem para melhoria do cenário.

Perfil
Jovens de 18 a 24 anos representam a maior fatia dos desempregados, de acordo com o IBGE. Entre abril e junho deste ano eles somavam 25,3% das pessoas que procuravam trabalho. A menor faixa de desempregados está entre os que têm mais de 60 anos (5,4%), seguido pelas pessoas com idade entre 40 e 59 anos (7,1%). O desemprego para quem tem entre 25 a 39 anos é de 10%.

O pesquisador da Fundação João Pinheiro explica que são consideradas desempregadas aquelas pessoas com idade superior a 14 anos e que estão em busca de emprego. Os que não trabalham, mas também não procuram, não são contabilizados. Por isso, é comum que idosos estejam na faixa com menor índice de desemprego. Muitos são aposentados, ou não têm condições de trabalhar formalmente.

Em contrapartida, os jovens entre 18 e 24 anos normalmente estão em busca do primeiro emprego. Sem experiência, eles são rejeitados pelo mercado de trabalho com mais frequência.

Com relação ao nível de escolaridade, a taxa de desemprego é maior para quem tem ensino fundamental completo (17,7%). Para quem tem ensino fundamental incompleto, a taxa é de 10,7% e para quem tem ensino médio completo é de 13%. O motivo é a baixa qualidade da vaga, conforme explica Silveira.
A menor incidência de desemprego é para quem tem ensino superior completo, com 6,5% de desempregados. Embora o índice seja aparentemente pequeno, ainda é alto.

"Apesar do cenário ruim, há expectativa de melhora porque a conjuntura econômica começa a dar sinais de recuperação. Alguns setores, inclusive da indústria, começaram a se recuperar”Glauber SilveiraFundação João Pinheiro
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