Tempo de TV é moeda entre partidos em Belo Horizonte

Filipe Motta e Tatiana Moraes
primeiroplano@hojeemdia.com.br
29/07/2016 às 23:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:04
 (Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Arquivo Hoje em Dia)

 O clima político ferve em Belo Horizonte. A menos de uma semana para o término do prazo de lançamento dos candidatos a prefeito pelos partidos, a maioria das legendas ainda não definiu as coligações. As conversas, segundo os próprios candidatos, andam a todo vapor. Além de nomes fortes, o tempo de inserção na TV e no rádio têm peso extra em 2016, já que a campanha foi reduzida em dez dias (passou de 45 para 35 dias). No entanto, ao que parece, a cidade tem muitos candidatos a prefeito. Mas um ou dois a vice.

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 O tempo exato de cada partido na TV será divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após 15 de agosto, quando devem ser protocoladas as candidaturas. Mas é possível prever algumas inserções, já que elas têm como base o número de deputados federais da legenda.

Com mais de dois minutos de inserção, o PMDB de Rodrigo Pacheco está à procura de um vice para compor a chapa. “Estamos procurando um nome de peso, que tenha afinidade ideológica com o partido”, diz Pacheco.

Marcelo Álvaro Antônio, do PR, é um dos sondados pelo PMDB. O problema é que, assim como o candidato do PMDB, ele garante que não sairá como vice. Com 1’12 minuto de inserção, Marcelo Álvaro diz que três linhas de negociação estão bem encaminhadas, mas não informa quais são. “Uma delas está mais certa do que as outras”. Ainda de acordo com ele, um apoio ao PSB, de Paulo Brant, ou ao PSDB, de João Leite, está descartado. A separação dos dois partidos, aliás, foi, mais uma vez, assunto da semana no cenário político.André Brant/Arquivo Hoje em Dia / N/ARonaldo Gontijo é cotado como vice do PSDB, caso o PPS apoie João Leite

Palavra no papel
Com cerca de 1’50 de tempo, Délio Malheiros chegou a protocolar no partido um documento garantindo que ele seria candidato a prefeito. Apenas.
Nem mesmo a tradicional parceria entre PCdoB e PT está garantida. De acordo com o presidente municipal do Partido Comunista, Zito Vieira, a candidatura de Jô Moraes será mantida até os 45 minutos do segundo tempo. Com cerca de 22 segundos de inserção de TV, o PCdoB tem conversado com outros partidos, inclusive maiores, para tentar capitanear nomes de peso para compor a chapa de Jô. “Se conseguirmos montar uma chapa com 40 segundos de inserção na TV lançaremos Jô Moraes à prefeitura. Na última eleição fomos com 60 segundos”, garante Vieira.

Cobrança
Ele admite que conversas são mantidas com a Rede, de Paulo Lamac, e com o PT, de Reginaldo Lopes, que tem mais de dois minutos. No caso do PT, Zito cobra apoio maior da legenda. “Fomos mais aliados do PT nos últimos anos, tanto nas eleições de Dilma e Lula quanto nos atos contra o impeachment, do que os próprios petistas. Por que não lançar a Jô como prefeita e um candidato do PT como vice?”, alfineta. Na avaliação do presidente municipal do Partido Comunista, a chapa proposta seria uma guinada da esquerda.

“O PCdoB é uma noiva cobiçada. Acima de tudo, a Jô é uma militante social. E o importante é o projeto. Acredito muito na Jô”, disse Roberto de Carvalho, uma das lideranças do PT, confiante na participação da comunista como vice.

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