Teste: Honda HR-V tem rodar suave, muito conforto, mas não é barato

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
03/11/2017 às 18:29.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:32
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Lançado no primeiro trimestre de 2015, praticamente junto com o Jeep Renegade, o Honda HR-V se tornou uma febre, com lista de espera e até ágio. Aliás, hoje ainda concessionários aplicam uma “gordura” no preço do utilitário-esportivo (SUV) que se tornou líder de mercado, mas a coroa acabou de ser roubada.

E não foi por um concorrente direto, mas pelo irmão maior do Renegade, o Compass, que briga num segmento superior, mas foi capaz de ultrapassar o japonês em 74 no acumulado do ano. E uma das razões pode estar justamente a estratégia de preços da Honda. 

Entre os predicados do HR-V está, como item principal, o bom nome que a marca goza no mercado brasileiro. Assim como a Toyota, a Honda é reconhecida pela qualidade dos automóveis, baixa depreciação e durabilidade. 

Testamos a versão EXL, segunda na hierarquia da linha. Assim como o Civic, o HR-V é um automóvel que entrega muito conforto para motorista e ocupantes, com bom espaço interno, construção impecável e muito conteúdo. A versão conta com bancos e volante revestidos em couro, direção elétrica, ar-condicionado digital (mas não é de duas zonas), módulo multimídia com CD, HDMI e USB, Bluetooth, câmera de ré e navegador GPS, além de freio de estacionamento eletrônico, caixa automática do tipo CVT com emulação para sete velocidades, controle de estabilidade (ESP), assistente de partida em rampa (Hill Holder), rodas aro 17, faróis de neblina e quatro airbags.

Não deixa de ser um pacote generoso, mas não é nada de extraordinário quando se parte do pressuposto de que a versão tem preço sugerido de R$ 103 mil, mas é oferecida por R$ 104.100 em algumas lojas. 

Por R$ 5 mil a mais o consumidor pode levar para casa a versão Sport 2.0 do Compass, que tem porte maior e praticamente os mesmos conteúdos, ficando devendo apenas nas bolsas laterais. 

É o mesmo valor cobrado pela versão topo de linha do Honda e certamente é a razão que levou o americano a dar um golpe no reinado do japa!

Raio-x Honda HR-V EXL 1.8 CVT

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade Sumaré (SP).

Quanto custa?
R$ 102.900

Com quem concorre?
O HR-V, na versão EXL, concorre com Chevrolet Tracker LTZ 1.4 turbo (R$ 89.990), Ford EcoSport Titanium 2.0 (R$ 93.490 mil), Hyundai Creta Prestige 2.0 (R$ 100.990) Jeep Renegade Limited 1.8 (R$ 99.990), Mitsubishi ASX 2.0 (R$ 102.490), Nissan Kicks SL 1.6 (R$ 95.990), Peugeot 2008 Griffe 1.6 turbo (R$ 89.990) e Renault Captur Intense 2.0 (R$ 93.650)

No dia a dia
O HR-V segue o mesmo padrão de conforto e comodidade dos demais modelos da marca japonesa. A boa qualidade do acabamento, a construção e o isolamento acústico anulam boa parte do ruído externo, o que torna a condução mais agradável. 

Trata-se de um automóvel que oferece ótimo comportamento tanto no uso citadino quanto no rodoviário. O jipinho tem ótima posição de dirigir, mais elevada que no Civic, o que favorece o campo de visão e não sacrifica o corpo depois de muitas horas no trânsito. 

Com 4,32 metros de comprimento e 2,61 de distância entre-eixos, não falta espaço para quatro ocupantes, com lotação máxima, fica apertado, mas não insuportável. O porta-malas também é generoso com 437 litros, que permite ocupar a bagagem de uma família com dois filhos pequenos, o que dá um banho no Renegade.

Motor e transmissão
O motor 1.8 de 140 cv e 17,0 mkgf de torque é um velho conhecido dos consumidores Honda. A unidade já equipou o Civic no passado e agora é única opção no HR-V. Eficiente, o motor casou bem com a transmissão do tipo CVT, que emula sete marchas no modo sequencial, e que tem funcionamento mais suave que na unidade 2.0 do Civic. 

O comportamento não impressiona pelo vigor, principalmente quando se compara com modelos turbo como Tracker e 2008, mas é bem mais atlético que o Kicks. Mas o conjunto se destaca mesmo é pela suavidade, baixo nível de vibração e ruído, privilegiando o conforto a bordo.

Como bebe?
Abastecido com gasolina, a unidade testada registrou média de 12,4 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão utiliza conjunto McPherson na frente e eixo rígido atrás. Apesar de não contar com braços independentes na traseira, o acerto impressiona por oferecer boa estabilidade, sem prejudicar o conforto interno. Os freios contam com discos ventilados nas quatro rodas. Ele oferece controle de estabilidade (ESP) e assistente de partida em rampa (Hill Holder).

Pontos positivos
Montagem
Acabamento
Consumo
Conforto

Pontos negativos
Preço
Acesso ruim das portas USB e HDMI
Falta ar-condicionado digital de duas zonas

  

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