Teste: Polo MSI 1.6 é o ‘completinho’ da década passada

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
27/04/2018 às 15:17.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:33
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

O Volkswagen Polo caiu nas graças do consumidor brasileiro. Afinal, trata-se de um compacto moderno, com estrutura sofisticada e que leva o nome de um dos melhores compactos já fabricados outrora. Acontece que o novo Polo tem uma vida dupla. Há o Polo refinado (Highline) que saçarica com o consumidor do Golf e também há o Polo espartano, que flerta com aquele comprador que busca algo mais qualificado que Gol e Fox. 

Depois de testar a versão Comfortline TSI 1.0, chegou a vez de avaliar o Polo MSI 1.6. Um degrau acima da versão de entrada, o MSI 1.6 é a versão de volume do Polo que chega para brigar com as opções de caixa manual de Onix, Argo, HB20, Sandero e até mesmo com os irmãos veteranos Gol e Fox. 

O preço inicial de R$ 56.095 orbita junto aos concorrentes diretos, mas é um valor caro pelo o que ele oferece. No entanto, é um valor estratégico e vou explicar. Como já foi dito, essa versão foi planejada para se posicionar justamente onde está, na seara dos sedãs pequenos e foca no consumidor que busca um passo adiante e também naquele que precisou dar um passo atrás. 

Daí seu pacote de equipamentos contar com ar-condicionado, direção elétrica, travas, vidros elétricos e rádio Media Plus, com entradas USB e SD. Ele é o digno “completinho” de dez anos atrás.

O avaliado
A versão testada contava com o kit Connect que ampliava os conteúdos com computador de bordo I-Sytem, volante multifuncional, módulo multimídia Composition Touch, com conexões Android Auto e Apple CarPlay, além de controle de estabilidade (ESP), controle de tração, bloqueio eletrônico do diferencial (EDS) e assistente de partida em rampa (Hill Holder). Ainda são acrescidas rodas de liga leve aro 15, no lugar do conjunto de aço estampado. Tudo isso e mais a pintura metálica fizeram o preço saltar para R$ 60.250. 

Há dez anos, o pacote básico seria mais que satisfatório, mas hoje é exigida mais segurança embarcada, que vai além do ABS e do airbag que figuram nos automóveis por força da lei, e também mais comodidade. 

Mesmo assim, o Polo MSI tem predicados sobre os irmãos mais velhos que não devem ser negligenciados. A estrutura do Polo é infinitamente mais moderna e segura, assim como o motor 1.6 16v de 117 cv oferece respostas e eficiência melhores que o veterano 1.6 8V de 104 cv. 

Afinal, é devagar que se vai longe!

Raio-x Volkswagen Polo MSI 1.6

O que é?
Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de São Bernardo do Campo (SP).

Quanto custa?
Base: R$ 56.090
Testado: R$ 60.250

Com quem concorre?
O Polo MSI 1.6 se posiciona entre hatches compactos equipados com caixa manual. Seus concorrentes são Chevrolet Onix LTZ 1.4 (R$ 58.390), Citroën C3 PureTech Tendance 1.2 (R$ 54.950), Fiat Argo Drive 1.3 (R$ 54.990), Ford Fiesta SE 1.6 (R$ 56.690), Hyundai HB20 Comfort Plus 1.6 (53.700), Nissan March SV 1.6 (R$ 51.990), Peugeot 208 Allure 1.2 (R$ 60.290) e Renault Sandero Expression 1.6 (R$ 52.900).

No dia a dia
O Polo, na versão MSI, é um automóvel que não traz muitas surpresas no uso cotidiano. A posição de dirigir é baixa, típica dos VW. Há regulagem de altura do banco, mas não há como ajustar na altura do volante. A VW enxugou ao máximo no orçamento da versão. O hatch oferece bom espaço interno, tanto para quem viaja na frente quanto para quem vai atrás. O porta-malas de 300 litros permite acomodar bom volume de bagagem. 

Mas o que pesa é o acabamento e a lista de equipamentos enxuta. O Polo é revestido de plásticos duros e ásperos. A montagem é boa, mas a qualidade decepciona. Além disso, a pobreza de conteúdo é um fator negativo para um compacto que parte dos R$ 55 mil. Ajustes manuais dos retrovisores, falta de sensor de ré e computador de bordo com poucas funções são economias porcas para um modelo dito “premium”.

Motor e transmissão
A unidade MSI 1.6 16v de 117 cv e 16,5 mkgf de torque oferece comportamento ágil ao hatch, apesar de o torque demorar a aparecer. Daí, se o consumidor não tiver optado pelo pacote Connect (que inclui assistente de partida em rampa), terá que trabalhar o controle de embreagem. Já a caixa manual de cinco marchas é uma velha conhecida e oferece engates precisos e curtos.

Como bebe?
Abastecido com gasolina, ele registrou média de 12,3 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão do hatch alemão segue a configuração convencional do mercado, com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto privilegia a estabilidade e é muito firme. Em pisos irregulares, ele não se preocupa em maltratar quem está a bordo. 

Os freios são a disco nas rodas dianteiras e tambores nas traseiras. Além disso, a versão pode ser equipada com controles de estabilidade (ESP) e tração, além do Hill Holder.

Pontos positivos
Consumo
Desempenho
Estabilidade

Pontos negativos
Acabamento
Lista de equipamentos de série pobre

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por