Trabalho para descontaminação de Maresias continua

Reginaldo Pupo, especial para AE
10/09/2012 às 21:30.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:10

Equipes da Defesa Civil, voluntários, técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e moradores da Praia de Maresias, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, continuaram nesta segunda-feira (10) tentando remover da areia da praia, do mar e de cursos d'água as manchas de óleo provenientes de um caminhão carregado com óleo diesel que tombou na tarde da última quinta-feira, véspera do feriado prolongado, na Rodovia Rio-Santos, no trecho conhecido como Serra de Boiçucanga.

O acidente provocou a interdição da via, causando a paralisação do trânsito durante toda a madrugada. O produto escorreu por córregos, atingiu o Rio Canto do Moreira e chegou até o mar. Hoje, quatro dias após o acidente, o secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Hipolito do Rego, afirmou que ainda havia resquícios de óleo, animais marinhos mortos e um forte odor. Banhistas relataram ter sentido a presença do óleo durante o feriado nas praias de Paúba e Toque-Toque Pequeno.

"O acidente foi muito grave e o trabalho de contenção que está sendo feito pela empresa não se mostra suficiente, pois o produto está passando pelas barreiras de contenção e absorção. Estamos constatando, quatro dias após o acidente, a mortandade de peixes e crustáceos nos cursos d'água e no mar", relatou o secretário, que acompanhou os trabalhos juntamente com sua equipe técnica e da Cetesb.

Rego informou que além das duas multas que serão aplicadas à empresa transportadora do caminhão que causou o acidente (uma por danos ao ecossistema e outro por danos ao mar), sua secretaria estuda a possibilidade de aplicar uma terceira multa. "Vamos aplicar o valor máximo previsto na nossa legislação municipal, que é de R$ 5 mil cada. O valor total, porém, é insuficiente para arcar com os custos de limpeza das praias e da vegetação atingida pelo óleo. O trabalho de recuperação parcial deverá levar ao menos mais 15 dias. As consequências, porém, irão durar por vários anos".

Segundo a prefeitura de São Sebastião, a Defesa Civil teria encaminhado no último fim de semana duas crianças ao pronto-socorro da Praia de Boiçucanga, ao lado de Maresias, com irritação na pele e ardência nos olhos. Apesar de o acidente ter sido causado por uma empresa terceirizada que transportava o produto com bandeira Petrobras, a prefeitura afirmou que a empresa petrolífera não repassou nenhum tipo de aviso com relação aos efeitos causados pela inalação e contato com o produto. Mesmo após o acidente, turistas frequentaram a praia normalmente durante o feriado prolongado. O local não foi interditado e não havia placas informando sobre a contaminação.
http://www.estadao.com.br

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