Tradicional loja Lalka se prepara para ser comandada pela quarta geração

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
03/02/2017 às 20:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:41

Quando desembarcou no Brasil em 1908, o polonês Henryk Grochowski não imaginava que poderia fundar uma fábrica de doces. Refugiado de guerra, o então carpinteiro se casou com uma conterrânea em Nova Lima, encontrando, em Belo Horizonte, que adotou como lar, uma oportunidade de negócio que já se estende por três gerações. Com 92 anos de existência, a Lalka produz cerca de três toneladas de balas e chocolates por mês, conta com cinco lojas na capital mineira e um ponto de venda na Serra do Cipó, na Grande BH.

Roberto Marques Grochowski é proprietário da marca e administra as lojas ao lado do irmão Henryk. O outro herdeiro, Arthur, já faleceu. Roberto conta que a quarta geração já começa a se preparar para assumir o negócio familiar, que surgiu de uma vontade do avô em empreender no ramo de doces. A coragem para criar uma fábrica de chocolates e balas surgiu de uma grande amizade de Henryk com Henrique Meyerfreund, fundador da Garoto, em Vila Velha, no Espírito Santo.

“Meu pai contava que eles eram muito próximos e queriam criar duas fábricas, com nomes parecidos, tipo Garoto e Garota. Meu avô optou por Lalka, “boneca em polonês”, enquanto o Henrique manteve o Garoto”, detalha Roberto.

Expansão

A primeira fábrica foi montada no bairro Floresta, na década de 1930, mas logo expandiu para grandes avenidas, inclusive com um ponto ao lado do Cine Brasil, na praça Sete. A Lalka chegou a ter exclusividade de vendas de balas nos cinemas de Belo Horizonte. Na década de 1950, quando o fundador faleceu, quem assumiu os negócios foi o pai de Roberto, Stanislau Grochowski, que optou por manter apenas a loja da Floresta por décadas.

“Eram outros tempos. Meu avô e meu pai assumiram o negócio quase que[/TEXTO] sozinhos, e hoje a empresa é administrada por mais pessoas”, disse Roberto. O empresário – que assumiu a empresa com os dois irmãos na década de 1970 – relata que os projetos de expansão para 2017 ainda são cautelosos. “Pensamos em abrir novas lojas, mas será preciso fazer uma boa pesquisa de mercado antes. Primamos pela qualidade do nosso produto”, justifica.

“Nossos clientes vêm a loja e trazem filhos, netos e contam como a fábrica fazia parte de suas histórias.Os doces vendidos há 90 anos ainda são os mesmos”Roberto Grochowskiproprietário da Lalka

Mudanças

O empresário explica que a marca não vai focar novamente no modelo de franquias. Há 16 anos a Lalka chegou a ter 15 lojas, sendo cinco fora de Belo Horizonte, além de três pontos de venda. “Eram pessoas que gostaram da marca e queriam levá-la para as suas cidades. Mas, tempos depois, algumas dessas pessoas acabaram se mudando e foram fechando as lojas. Não foi um modelo que deu muito certo e não pensamos em ter novas franquias da marca”, relembra.

Atualmente, a fábrica da Lalka produz cerca de 140 diferentes produtos, incluindo uma linha dietética.

A Lalka fornece produtos para a Confeitaria Colombo, uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro
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