O charme da Serra Imperial em temporada de baixas temperaturas

Paulo Leonardo - Hoje em Dia
29/05/2013 às 07:11.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:39

Já está fazendo bastante frio na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. De Petrópolis e Teresópolis, perto da capital, até Visconde de Mauá e Penedo, mais para o sul, as noites têm registrado temperaturas próximas dos 10 graus centígrados.

Para o mineiro que vai de BH para o Rio, pela BR-040, passar por Petrópolis e região é inevitável. A “Serra Imperial” conta parte importante da história do Brasil. Em Petrópolis e seus distritos (Itaipava, Areal, Secretário...), além de belas paisagens, o turista encontra monumentos e casario do século 19, quando a família real escolheu essa área como seu refúgio para escapar do calor (e das tensões) da cidade do Rio.

Sonho de d. Pedro I

Itaipava, Araras, Secretário, Areal, Pedro do Rio, Nogueira, Correas, Cascatinha, Bingen e Quitandinha são distritos de Petrópolis, a cidade idealizada por d. Pedro I e tornada realidade durante o reinado de seu filho, d. Pedro II.

Apesar de o nome de d. Pedro II ser o mais falado em Petrópolis, foi seu pai que começou tudo, ao ter a ideia de construir um palácio nas montanhas em meados do século 19, em pleno período imperial.

Além de querer fugir do calor carioca, também incomodava profundamente d. Pedro I o fato de várias residências no Rio serem mais luxuosas do que seus palácios, relativamente simples. Assim, um palácio de verão no alto da serra seria mais de acordo com sua “condição imperial”.

Mordomo de d. Pedro II retomou as obras

Contou para a decisão de d. Pedro I também o fato de sua filha, a princesinha da. Paula, ter sérios problemas de saúde e ter se sentido muito bem todas as vezes em que visitou a fazenda do padre Correia, nessa região. Da. Paula veio a falecer aos 10 anos de idade, mas d. Pedro manteve firme a ideia de construir um palácio no alto da serra.

Ele tentou comprar a fazenda do padre, mas a irmã do religioso, Da. Arcângela, não concordou e indicou a fazenda vizinha, Córrego Seco. O imperador comprou a fazenda e outras terras próximas em 1830 e, a partir daí, iniciou o projeto do seu palácio de verão. Mas a obra não se realizou pois, no dia 7 de abril de 1831, d. Pedro I foi obrigado a abdicar e retornar a Portugal.

Com a abdicação e posterior morte de seu pai, em 1834, d. Pedro II herdou as terras, que passaram por vários arrendamentos, até que o mordomo da Casa Imperial, Paulo Barbosa da Silva, teve a iniciativa de retomar os planos de d. Pedro I, com o total apoio do jovem imperador.

Em parceria com o engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler, iniciaram as obras e deram o nome de “Povoação-Palácio de Petrópolis”, homenageando o imperador (“Petrópolis” significa “Cidade de Pedro”, assim como a russa Petersburgo).

O alemão Koeler acabou atraindo uma grande quantidade de imigrantes de seu país, vindos para colonizar a região. Tudo isso contribuiu para que Petrópolis tivesse a cara de “Europa perto do Rio” que tem hoje.

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