Certa vez, alguém definiu Paraty como uma espécie de Ouro Preto (ou Tiradentes) à beira-mar: tem o casario histórico colonial, as ruas calçadas em pedra, muitas histórias e muita História para contar – só que Paraty tem as águas do mar bem ali.
 
Parati ou Paraty? As duas formas são aceitas. Pela grafia moderna da língua portuguesa, o correto seria Parati. Mas a versão mais antiga, com Y, foi adotada oficialmente pelos moradores e pela cidade. Tanto que o site oficial, da Prefeitura, é paraty.rj.gov.br.
 
Seja qual grafia for a escolhida, estaremos falando de uma das mais charmosas e pitorescas cidades históricas do país.
 
Paraty fica a 241 quilômetros do Rio, entre a Serra da Bocaina e o mar, ao pé da Serra do Mar, no sul do Estado do Rio. Fica também a 590 quilômetros de Belo Horizonte, a 98 de Angra dos Reis, 155 de Barra Mansa e a apenas 75 quilômetros de Ubatuba, última praia do litoral norte de São Paulo, quase na divisa com o Rio de Janeiro.
 
Na baía de Paraty, os turistas encontram 65 ilhas e há mais de 30 praias, algumas delas paradisíacas – estas, quase sempre mais afastadas da área central da cidade. Destaque para a linda praia de Trindade.
 
Esse é um dos lugares mais bonitos do Estado do Rio e surge como opção para os mineiros de classe média, seja nos finais de semana ou nos feriados prolongados, como agora, no Carnaval.
 
Estrada Real
 
Até hoje, Paraty consegue manter o clima do período colonial, nas trilhas do Ciclo do Ouro, que tanta influência teve sobre Minas Gerais – a Estrada Real nasceu ligando Paraty a Ouro Preto. O Rio era, então, capital do Império.
 
No caminho entre Ouro Preto e Paraty, aconteciam muitos assaltos, com grandes prejuízos com perda de riquezas. Assim, o chamado “Caminho Velho” foi aos poucos sendo preterido em favor do “Caminho Novo”, mais vigiado, que ia de Ouro Preto até a cidade do Rio. Com a descoberta de diamante no norte de Minas, Diamantina acabou entrando na história e passou a ser o outro extremo da Estrada Real.
 
Paraty, banhada pelo Rio Pequerê-Açu, é caracterizada pelo sossego, pela cordialidade de sua gente e a boa estrutura, em que se destacam acolhedoras pousadas. A cidade tem animada vida noturna, com muitos barzinhos e bistrôs.
 
Paraty é também boa opção para os apreciadores da cachaça. Na região, já funcionaram mais de 200 engenhos e casas de moenda. Hoje, restam apenas cinco.
 
Os amantes do mergulho têm em Paraty uma de suas mecas para a prática do esporte e para o batismo.

Casario dos séculos XVIII e XIX está muito bem preservados

Quando entramos em Paraty, não temos, de cara, a sensação de estarmos entrando em uma cidade histórica. Com mais de 30 mil habitantes, trata-se de uma cidade “convencional”, com ruas asfaltadas, sinais de trânsito, um certo movimento de carros e pessoas. Falando honestamente: até não é tão bonita assim.
 
Mas basta nos aproximarmos do Centro Histórico e a nossa percepção muda radicalmente. Paraty é, realmente, como Tiradentes, só que à beira-mar.
 
O Centro Histórico reúne alguns dos mais bem conservados casarios coloniais do país. O negócio aqui é andar a pé. Mesmo porque, os carros não podem entrar ali – ao contrário do que acontece em Tiradentes, que costuma ver até engarrafamentos nos feriados prolongados.
 
Um conselho às mulheres: evite o salto alto. As ruas do Centro Histórico são calçadas de pedras centenárias, pouco amigas dos saltos femininos, e muito escorregadias nos períodos de chuva – algo muito comum na região.
 
Os lugares de visita “obrigatória” no Centro Histórico: a Casa da Cultura, com exposição permanente sobre a história da cidade; as igrejas de Santa Rita dos Pardos Libertos, de N. Sra. das Dores, a Matriz e, por fim, a de N. Sra. do Rosário - todas dos séculos XVIII e XIX.
 
Pousada e restaurantes
 
Algumas sugestões de pousadas e restaurantes em Paraty:
 
Pousada Porto Imperial (pousadaportoimperial.com.br), Banana da Terra (restaurantebananadaterra.com.br), Restaurante Casa do Fogo (casadofogo.com.br), Voilá Bistrot (pousadacaminhodoouro.com.br/site/bistrot). (P.L.)

Confira as fotos:
 

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