UNE é acusada de calote por fornecedores do congresso em BH

Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br
27/10/2017 às 21:33.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:26
 (Yuri Salvador/UNE/Divulgação)

(Yuri Salvador/UNE/Divulgação)

 Fornecedores acusam a União Nacional de Estudantes (UNE) de não ter pago por serviços prestados no Congresso Nacional da entidade, ocorrido em junho deste ano, em Belo Horizonte. Realizado nas dependências da UFMG, na Pampulha, o evento contou com a presença do presidenciável Ciro Gomes (PDT).

A UNE, inclusive, firmou um termo de confissão de dívida, documento legal tutelado pela Justiça, em que reconhece o débito e se comprometia a pagar o valor devido em quatro prestações. Entretanto, segundo os fornecedores, além de não cumprir o acordo, a UNE agora não retorna aos contatos feitos pelos credores.

De acordo com Bruno Lana, representante da BV Turismo, cujo nome fantasia é Banana Turismo, ficou acordado que a empresa transportaria 10 mil estudantes por dia durante o evento, dos alojamentos até os locais do congresso.

No termo de confissão de dívida consta o reconhecimento, pela UNE, do débito de R$125,5 mil, cujo valor seria quitado em quatro parcelas de R$ 31,3 mil. No total, todo o serviço foi orçado em R$458,5 mil, conforme o representante da BV Turismo.
Entretanto, passados quase dois meses da assinatura do documento, Bruno Lana afirma que ainda não recebeu o que foi combinado e que a entidade não deu qualquer perspectiva de quando irá realizar o pagamento.

Inadimplência

“Depois de prestado o serviço, eles pagaram somente uma parte, ficando o saldo que está descrito na confissão de dívida. A primeira parcela era para ser quitada em 30 de setembro deste ano, mas não foi paga. Recebemos um e-mail da UNE falando que eles não tinham verba para honrar o compromisso”, relata.

Quem também reclama da inadimplência da UNE é o empresário Antônio Carlos Martins, da Somtec, que prestou o serviço de instalação de tendas e coberturas no evento.

O empresário afirma que, apesar de não ter firmado um termo de confissão de dívida, a entidade teria reconhecido o débito. Porém, além de não pagar o valor acordado, a UNE também não retorna às ligações, segundo Martins.
“Eles deram o sinal, pagaram mais uma parte, mas depois pararam de pagar. Desde então, tem R$33mil em aberto. Tentei o contato várias vezes e não atenderam. Estou aguardando e vendo qual providência vou tomar”, diz.

Sem prazo

O caso da Morais e Morais, que prestou diversos serviços ao evento, é similar aos dos demais fornecedores. O empresário Fernando Morais afirma que, apesar de não ter havido um contrato prévio, a UNE assinou o termo de confissão de dívida, mas ainda não arcou com o que foi estipulado.

“Acertaram uma parte 30 dias após o evento. Depois não pagaram. Chegaram a acertar 80% do serviço, mas ainda falta em torno R$ 17 mil. Andei cobrando, mas eles argumentaram vão pagar quando puderem. Estou só esperando um prazo para entrar na Justiça”, afirma.

Segundo o empresário, a UFMG afirmou que a parte que lhe cabia foi acertada, e que o restante do montante é de responsabilidade da UNE.

A UFMG informou não iria comentar o assunto. A UNE também foi procurada por telefone e e-mail, por vários dias, mas não se manifestou até o fechamento desta edição. 

  

  

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