Wellington Magalhães é transferido para Nelson Hungria e ocupa cela especial

Renata Evangelista*
rsouza@hojeemdia.com.br
25/04/2018 às 12:24.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:31
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O vereador Wellington Magalhães (PSDC) ocupa uma das celas da Penitenciária Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi transferido para a unidade prisional nesta quarta-feira (25) após se entregar à polícia. O parlamentar estava foragido há uma semana. O político é investigado em 45 inquéritos do Ministério Público, um deles por tráfico de drogas. 

Conforme a Polícia Civil, Magalhães foi submetido a exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) da capital. Depois, acompanhado do advogado, ele foi transferido para a Nelson Hungria, onde permanece à disposição da Justiça. 

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que Magalhães está em uma cela especial destinada a autoridades políticas e presos com curso superior. O espaço é igual ao destinado aos outros detentos, sendo a única diferença que ele “não irá se misturar com os demais presos”, explicou a Seap.

O advogado Leonardo Salles, que representa o parlamentar, não foi encontrado pela reportagem para comentar a prisão. Mas em entrevista à TV Globo, o defensor garantiu que estudará o caso e entrará com habeas corpus em favor de seu cliente. Ele, porém, não informou quando o procedimento será realizado.

A Câmara Municipal declarou que ainda não foi oficialmente notificada sobre a prisão. Assim que o Judiciário fizer o comunicado, o mandato de Magalhães deverá ser suspenso em 48 horas. Quem deve assumir o cargo é o suplente Dimas da Ambulância (PTN), que já havia substituído Wellington Magalhães no ano passado, quando a Justiça impôs o afastamento do vereador investigado. Em abril, o vereador do PSDC retomou o posto.

O assessor de confiança do parlamentar, Rodrigo Dutra de Oliveira, também se apresentou e está na Nelson Hungria.

Entenda

Do total de 45 processos em que o vereador é investigado, apenas dois deram origem a pedido de prisão, fruto da operação “Sordium Publicae”, deflagrada na última quarta-feira (18). Conforme o Ministério Público, foram desviados R$ 30 milhões em contratos de publicidade na Câmara enquanto Magalhães esteve à frente da presidência da Casa.

Se condenado, Magalhães poderá pegar pena de até 118 anos de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, contravenção criminosa, peculato, fraude da administração pública e, ainda, corrupção ativa e passiva. 

 Além de Magalhães, a Justiça autorizou a prisão de oito pessoas, incluindo a esposa de Magalhães, Kelly. Ela chegou a ser presa, mas já deixou a prisão devido a habeas corpus.

Ostentação

O vereador tinha como fonte de renda declarada, conforme as investigações, o salário na Câmara, de cerca de R$ 16 mil, mas acumulou patrimônio de R$ 4,6 milhões. Entre os bens dele estão uma mansão às margens da Lagoa da Pampulha, orçada em R$ 2,9 milhões, vários carros importados de luxo e imóveis na Região Metropolitana. 

Entre 2014 e 2016, Magalhães presidiu a Câmara. Nesse período, os investimentos com publicidade saltaram de R$ 10 milhões para R$ 30 milhões.

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