(Pixabay)
Nesse período de chuvas frequentes e umidade intensa, a maioria das casas e estabelecimentos comerciais recebe uma visita nada agradável: o mofo. Paredes escurecidas, guarda-roupas com cheiro forte, roupas manchadas. Além da questão visual e do cheiro que incomoda, o mofo oferece riscos para a saúde.
A fisioterapeuta cardiopulmonar e professora da Funorte Roseane Durães Caldeira explica que o mofo é um conjunto de fungos, que podem desencadear alguns sintomas, principalmente nas pessoas alérgicas, como rinite, doença crônica, asma e DPOC, que é enfisema pulmonar.
Quando esses micro-organismos se proliferam, afirma a especialista, causam espirros, tosse, chiado no peito e falta de ar nos asmáticos. Isso porque o fungo é um tipo de alérgeno, que irrita os brônquios, principalmente em quem tem alergia e asma.
“Lembrando que todo asmático é alérgico, então o cuidado deve ser dobrado quando o assunto é mofo”, alerta Roseane. As manchas escurecidas podem ser as responsáveis por complicações respiratórias, como sinusites, rinites, inflamações nos olhos e até conjuntivites.
O melhor tratamento, de acordo com a especialista, é tirar o mofo. “Ele pode ser retirado com vinagre, eliminando toda a crosta e deixando o ambiente bastante ventilado. É preciso deixar entrar o sol e colocar o colchão para arejar”, ensina.
Roupas guardadas
Roseane Durães explica que até o cheiro de roupas guardadas, mesmo que não estejam mofadas, devido ao tempo úmido, pode desencadear sintomas alérgicos.
Ela diz que é importante que crianças e idosos fiquem longe desses mofos, porque são mais sensíveis e podem sofrer ainda mais. “Se deve prestar mais atenção no idoso, porque se entrar em contato com o mofo, e for asmático, os sintomas podem ser confundidos com Covid-19”, alerta.
A fisioterapeuta afirma que para se ter certeza se os sintomas sentidos são mesmo alergia ao mofo e não Covid-19, o único caminho é fazer o teste. “Os sintomas são muito parecidos, por isso tem que fazer o teste”, ressalta.
Para amenizar os sintomas, ela ensina: “sempre tomar muita água, fazer exercícios respiratórios, exercer a respiração profunda, que é extremamente importante, e observar se quando puxa o ar tem tosse ou não. Se tiver, é preciso mesmo fazer o teste de Covid”.
Quem sofre com momentos úmidos e frios é o adolescente Kaíque Mendes Lopes, de 14 anos, portador de asma. A mãe do garoto, Aline Elisa, conta o quanto é difícil para a família ter que conviver com as dificuldades do filho neste período de formação de mofos na casa.
“Temos que fazer limpeza em cima de limpeza”, diz. Além de não usarem cortinas, tapetes nem perfumes, Aline afirma que tiveram que lavar tudo para impedir o avanço do mofo. “Com a saída do sol, parece que o mofo apareceu mais e atacou a alergia dele”, relata.
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