Campanha de prevenção

Cresce número de brasileiros mortos por acidente vascular cerebral

Agência Brasil
Publicado em 29/10/2022 às 15:32.
Pandemia contribuiu para aumento do número de casos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Pandemia contribuiu para aumento do número de casos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Ações de conscientização marcam, neste sábado (29), a campanha do Dia Mundial do AVC. De acordo com dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, o acidente vascular cerebral já matou 87.518 brasileiros, de 1º de janeiro até 13 de outubro deste ano. O número equivale à média de 12 óbitos por hora, ou 307 por dia, e faz do AVC a principal causa de morte no país.

No mesmo período, o infarto vitimou 81.987 pessoas e a Covid-19, 59.165 cidadãos. A presidente da Rede Brasil AVC e também da Organização Mundial de AVC, neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins, diz que, por mais de 30 anos, o acidente vascular cerebral foi a primeira causa de morte no país. Isso mudou a partir de 2011, quando tomou mais impulso a organização do cuidado agudo do AVC. 

“O paciente, tendo AVC, tem aonde ir. Ele chega a hospitais preparados. Esse número de hospitais aumentou muito”, explica a médica. A neurologista ressaltou, porém, que com o começo da pandemia de Covid-19 os pacientes praticamente desapareceram, ficando mais em casa. 

A partir do final de 2020, o número de casos de AVC aumentou muito no país. Os pacientes começaram a chegar em estado mais grave, mais jovens e em maior número. “O AVC passou a ser, de novo, a primeira causa de morte no país”. De acordo com Sheila, isso aconteceu provavelmente porque as pessoas ficaram mais tempo sem prevenção, mais tempo sem ir ao médico e deixaram de tomar medicamentos preventivos, o que pode ter contribuído para o aumento de casos mais graves pós-pandemia.

Como as pessoas já voltaram a procurar atendimento médico, a Rede Brasil AVC está com nova campanha de orientação para que as pessoas aprendam a reconhecer os fatores de risco e a se prevenir. “E também para que saibam que o AVC tem tratamento e que, se acontecer, o paciente tem que ir rápido a um hospital preparado para dar o atendimento adequado, porque isso salva vidas e diminui as sequelas do paciente”, afirma Sheila.

Samu
Segundo Sheila, a sigla Samu, criada pela Liga de Estudantes de Neurologia da Bahia, é eficaz para verificar se uma pessoa está sofrendo um AVC. “Pede-se que o paciente dê um sorriso (S) e observa-se se a boca fica torta; pede-se para elevar os braços e dar um abraço (A) e observa-se se um braço cai porque está mais fraco; pede-se para cantar uma música ou dizer uma mensagem (M) para ver se a fala está enrolada. Uma vez identificados esses sinais, deve-se ligar urgente (U) para o 192, porque a cada 1 minuto são quase 2 milhões de neurônios que morrem se o AVC não for tratado”.

Neste sábado, a conscientização sobre a necessidade de identificação rápida dos sinais do problema e a prevenção ganham mais força na campanha realizada pela Rede Brasil AVC e a World Stroke Organization (WSO, ou Organização Mundial de AVC). As informações devem ser cada vez mais divulgadas, pois as mortes pela doença aumentam a cada ano: em 2020, foram 81.913 óbitos entre janeiro e 13 de outubro e, no ano passado, 84.818.

Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro e corresponde a 80% ou 85% dos casos; e o hemorrágico, quando um vaso arterial se rompe. O socorro rápido evita o comprometimento mais grave, que pode deixar sequelas permanentes, entre as quais redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala, “além de diminuir de forma drástica o risco de morte”, afirma a presidente da Rede Brasil AVC.

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