Bem-estar

Estudo associa uso do adoçante eritritol ao maior risco de ataque cardíaco e derrame

João Paulo Martins
joao.oliveira@hojeemdia.com.br
28/02/2023 às 18:27.
Atualizado em 28/02/2023 às 18:28

O adoçante artificial eritritol, que tem zero caloria e é muito consumido por não deixar sabor “amargo” nos alimentos, foi associado a um maior risco de ataque cardíaco, derrame e morte, em estudo publicado nessa segunda-feira (27) na revista científica Nature Medicine.

Segundo a emissora americana CBS News, pesquisadores do centro médico acadêmico Cleveland Clinic, nos EUA, analisaram dados de mais de quatro mil voluntários americanos e europeus e descobriram que aqueles que tinham mais eritritol no sangue corriam maior risco de sofrer esses graves problemas cardiovasculares. O estudo também descobriu que o adoçante pode deixar as plaquetas sanguíneas mais suscetíveis à formação de coágulo.

"Nosso estudo mostra que os participantes que consumiram bebida adoçada artificialmente com quantidade de eritritol encontrada em muitos alimentos processados, em níveis notadamente elevados no sangue quando observados diariamente. São níveis bem acima dos associados ao aumento dos riscos de coagulação", disse o médico Stanley Hazen , principal autor do estudo e diretor do departamento de ciências cardiovasculares e metabólicas da Cleveland Clinic, citado pela emissora americana.

Produtos diet contendo eritritol normalmente são indicados para pessoas com obesidade, diabetes ou síndrome metabólica como forma de controlar a ingestão de açúcar e calorias. Quem sofre dessas condições já corre maior risco de problemas cardiovasculares, como acidente vascular cerebral.

Em entrevista à CBS News, Robert Rankin, diretor executivo do Conselho de Controle de Calorias, uma organização internacional que representa a indústria de alimentos e bebidas de baixa caloria, afirmou que os resultados do estudo são “contrários a décadas de pesquisas científicas que mostram que adoçantes sem calorias, como o eritritol, são seguros, conforme evidenciado pelas permissões regulamentares globais para uso em alimentos e bebidas”. Além disso, ele alertou que as descobertas não podem ser relacionadas à população em geral, “pois os participantes da pesquisa já apresentavam risco aumentado de eventos cardiovasculares”.

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