Prevenção

Síndrome Respiratória Aguda Grave em gestante pode aumentar em 4 vezes o risco de morte do feto

Da Redação*
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Publicado em 17/05/2023 às 17:32.

Um estudo publicado na revista BMC Pregnancy and Childbirth revela que Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes pode aumentar em quatro vezes o risco de morte do feto. Quando o quadro de SRAG na gravidez foi acompanhado de parto vaginal, o risco chega a ser 7,06 vezes maior. Em caso de internação da gestante na Unidade de Terapia Intensiva UTI, a chance cresce em 8,79 vezes – com uso de ventilação mecânica, o  aumenta risco 21,22 vezes.

Para entender a relação entre o risco de morte fetal e a SRAG durante a gravidez, os pesquisadores acompanharam gestantes baianas que precisaram de internação hospitalar com sintomas respiratórios. O estudo foi realizado a partir da integração dos dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sivep).

De janeiro de 2019 a junho de 2021 foram reportados 479.038 nascimentos, 333 mortes de gestantes, 6.841 mortes fetais, além de 13.077 mulheres em idade reprodutiva que tiveram SRAG. Foram descartados os casos da doença que ocorreram antes da pandemia de Covid-19 e de mortes de fetos em decorrência do falecimento da gestante.

Segundo os cientistas, quanto maior a gravidade do quadro clínico, maior a chance de perda do bebê. “O risco foi crescente de acordo com a gravidade do quadro clínico, por exemplo, se a gestante necessitou de internação em UTI, ou de respirar com ajuda de aparelhos, a chance de morte fetal foi de oito a 21 vezes maior”, explica a pesquisadora que liderou a pesquisa, Rita Carvalho Sauer, da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, em entrevista à Agência Fiocruz.

Por conta da maior demanda metabólica de gestar um feto, em geral, as mulheres grávidas são menos tolerantes à falta de oxigenação no sangue. “Se o funcionamento pulmonar da gestante está prejudicado pela síndrome respiratória aguda grave, a oxigenação do feto pode ficar deficiente, levando ao sofrimento fetal e até ao óbito”, explica a cientista.

Os achados indicam a necessidade do monitoramento cuidadoso dos casos de infecção para evitar possíveis complicações, bem como a adoção de medidas preventivas no parto. “O parto vaginal em mulheres com Síndrome Respiratória Aguda Grave também elevou a chance de morte do feto, provavelmente porque o trabalho de parto demanda um grande gasto energético do organismo materno”, afirma Rita Sauer.

Os pesquisadores alertam para a necessidade de se priorizar as gestantes nas ações preventivas contra o SARS-CoV-2 (novo coronavírus) e outros vírus respiratórios. Ações como evitar contato com pessoas doentes, estar com a vacinação atualizada e utilizar máscaras sempre que precisar estar em ambientes aglomerados são cuidados simples que podem prevenir grandes problemas para as gestantes e seus bebês.

(*) Com Agência Fiocruz.

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