Suspeita de corrupção e compra de votos em Nova Lima

Amaury Ribeiro Jr.e Rodrigo Lopes - Hoje em Dia
13/08/2013 às 06:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:55

Nas próximas semanas, o juiz Juarez Morais Azevedo vai julgar denúncias de corrupção e compra de votos na eleição de 2012 em Nova Lima, contidas em processo sigiloso, que podem fazer a Justiça decretar a perda de mandato do prefeito Cassinho Magnani (PMDB) e cassar os direitos políticos do ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PT). Padrinho político de Cassinho, o petista foi intimado a se defender das acusações.

Terrenos

Documentos e vídeos revelam que a atual gestão e a anterior teriam implantado esquema de corrupção na doação de terrenos públicos para empresários e entidades de classe, em troca de dinheiro e apoio político. A farra da doação de imóveis teria sido feita de forma escancarada.

Doações vendidas

Alguns terrenos recebidos como doação foram vendidos para terceiros. Uma rede de supermercado ganhou um terreno com o pretexto de construir uma unidade em Nova Lima. Porém, meses depois o dono da rede varejista “teria descoberto” que no solo do terreno, obtido sem contrapartida, poderia ser explorado minério de ferro.

O proprietário vendeu a uma mineradora por quase R$ 10 milhões. Com a bolada, comprou outra área, de valor mais modesto, na mesma região. Só em 2012 Carlinhos, que apoiou o eleito Cassinho, doou 90 terrenos sem contrapartida.

Contribuições

A denúncia feita à Justiça aponta que os decretos de doações favoreceram entidades que poderiam influenciar nos votos dos eleitores e de empresas que contribuíram com dinheiro para a campanha.

Líder comunitário

Um dos vídeos mostra a presença de um líder comunitário admitindo trocar votos por imóveis na região. Um cabo eleitoral aparece afirmando que Carlinhos Rodrigues prometeu doar e regularizar a situação de três terrenos que interessavam aos líderes religiosos, em troca de votos a favor de Cassinho. Na gravação, o cabo eleitoral revela que Carlinhos teria se comprometido a oficializar as negociações dos terrenos após o dia 7 de outubro, para não ficar caracterizada a compra de votos.

Continuidade

Outro caso envolve a Associação de Moradores do Conjunto Paulo Gaetani. O jornal da prefeitura mostra que Carlinhos Rodrigues fez uma reunião em 22 de setembro, na qual assinou o repasse de um terreno ao grupo.

Testemunhas relataram que durante o encontro o prefeito teria dito que Cassinho seria a continuidade do trabalho de sua administração e que construiria a sede da entidade.

Nos documentos entregues à Justiça, pessoas confirmaram que, no mesmo mês, foi realizado um comício na região.

Lagoa Santa

Uma semana depois de ser cassado pela Câmara, o prefeito de Lagoa Santa, Dr. Fernando (PSB), retornou ontem ao comando do município. A decisão de suspender cassação foi desembargador Belizário de Lacerda, que alegou falhas na condução no processo que determinou perda do mandato do socialista.
 

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