Teste: Cronos topo de linha é alento aos órfãos do Linea

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
01/11/2018 às 21:15.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:34
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

Mais uma vez nos encontramos com o Fiat Cronos. Depois de avaliar duas versões com caixas manuais, chegou a vez de ver como o sedã se comporta com caixa automática de seis marchas, associada ao motor 1.8 de 139 cv. Certamente não haveria de ser nada muito diferente do que já tínhamos visto com o Argo Precision 1.8. Na ocasião, pontuamos que ele era o carro que o Palio deveria ter sido há cinco anos. E sem sombra de dúvidas, o Cronos Precision 1.8 é o que Gran Siena nunca foi e não fica devendo ao Linea.

De fevereiro a setembro, o Cronos emplacou 21 mil unidades, segundo balanço da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Trata-se de um volume que o coloca à frente de rivais como Versa, Logan e Cobalt, mas está longe de alcançar modelos como Prisma e HB20S, assim como o Virtus, que tem quase 9 mil unidades a mais e com apenas um mês a mais de mercado.

Mas aos poucos o sedã vem conquistando lugar no mercado. Entre suas virtudes está o bom espaço interno e a capacidade de porta-malas exemplar (ver ficha).

Conjunto acertado
Para quem chegou para ser um substituto do Grand Siena e também do Linea a versão surpreende. A versão testada estava com pacote completo de opcionais, o que faz dele um automóvel extremamente equipado e que não deve nada para um sedã médio.

Mas o grande senão, que é um fator crônico na estratégia de vendas da Fiat, é a falta de conteúdos na versão de série. O Cronos Precision 1.8 automático parte de nada modestos R$ 70 mil. Daí rechear o carro com todos os itens disponíveis encarece o cheque em R$ 10.830. Um acréscimo de 18%. E se o consumidor quiser pintura especial ainda terá que gastar R$ 1.730, encostando nos R$ 83 mil.

Fatalmente o vendedor da concessionária irá argumentar que esse preço fica aquém de concorrentes mais sofisticados como Honda City EXL (R$ 85.400) ou a versão topo de linha do Virtus vai a R$ 88.450, quando se equipa com todos os opcionais.

Apesar de ser um automóvel extremamente satisfatório em desempenho, comportamento, comodidade e consumo, fato é que hoje se paga por um compacto o que se pagava por um sedã médio há exato um ano.

Raio-x Fiat Cronos Precision 1.8 AT6

O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.

Onde é feito?
Fabricado na planta de Córdoba (Argentina).

Quanto custa?
Entrada: R$ 69.990
Testado: R$ 82.550

Com quem concorre?
O Cronos Precision 1.8 se posiciona no topo da gama dos compactos. Assim, concorre com Chevrolet Prisma LTZ 1.4 AT6 (R$ 70.690), Chevrolet Cobalt Elite 1.8 AT6 (R$ 75.690), Ford Ka Sedan Titanium 1.5 AT6 (R$ 71.600), Honda City EXL 1.5 CVT (R$ 85.400), Hyundai HB20S Premium 1.6 AT6 (R$ 72.290), Toyota Yaris XLS1.5 CVT (R$ 81.990) e Volkswagen Virtus Highline 1.0 AT6 (R$ 79.990).

No dia a dia
É um compacto que segue a receita dos demais modelos do mercado. O acabamento é simples, mas a montagem é convincente, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. O nível de ruído também é baixo, apesar de o isolamento acústico estar longe de ser exemplar. A unidade avaliada contava com bancos revestidos em couro, o que eleva a percepção de sofisticação do sedã.

A versão testada fora equipada com pacote completo, que agrega muita comodidade com direito a ar-condicionado digital, sensores de ré, chuva e acendimento automático dos faróis, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas, multimídia de sete polegadas e câmera de ré, que se somam à direção elétrica, rodas de liga leve aro 17 e faróis de neblina.

O modelo se destaca pelo bom espaço interno, tanto para quem viaja na frente, quanto atrás. O espaço para bagagem é excelente: são 520 litros que permitem muita tralha e não faz feio frente a modelos referência como o Cobalt.

Motor e transmissão
O motor Etorq Evo 1.8 16v de 139 cv e 19,2 mkgf é o mesmo que também equipa Touro e Jeep Renegade. Se nos utilitários ele dá conta do recado, no Cronos sobra motor. O carrinho é esperto acelera muito bem. 

A transmissão automática de seis marchas também é velha conhecida e tem trocas rápidas e muito suaves, bem diferente da lástima que é caixa automatizada Dualogic. Outro ponto positivo é que a relação motor e caixa é menos ruidosa que na versão manual, além de uma acerto que privilegia a eficiência.

Como bebe?
O Etorq 1.8 nunca foi sinônimo de eficiência, mas não faz feio no sedã. Abastecido com álcool, ele registrou média de 10,2 km/l no trajeto combinado entre rodoviário e urbano. 

Suspensão e freios
A suspensão do sedã hermano segue o “padrão” do mercado, com eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. No entanto, chama atenção pelo ajuste macio. Ele absorve muito bem as irregularidades do piso, elevando a sensação de conforto. Já os freios utilizam discos na frente e tambores na traseira. Além disso, contam com distribuição de carga, assistente de partida em rampa (Hill Holder). 

Pontos positivos
Consumo
Montagem
Suspensão

Ponto negativo
Pacote de série escasso

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