Teste: Renault Duster evoluiu por dentro e por fora, mas está encarecendo

Marcelo Jabulas
@mjabulas
14/08/2020 às 22:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:17
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

A nova geração do Renault Duster foi uma grata surpresa. Além de ser bem mais bonito que o antecessor, o SUV franco-romeno evoluiu em conteúdos. E trata-se de uma evolução necessária, vez que o segmento está cada vez mais concorrido, com a chegada de novas gerações de aventureiros que apresentam como utilitários, como o caso do Nivus.

 O Duster melhorou em tudo. Suspensão, construção, equipamentos e acabamento. Não pense que estou rasgando seda para o modelo. Muito pelo contrário, a melhora que chegou agora já deveria ter sido aplicada há pelo menos cinco anos, quando brotaram concorrentes mais qualificados como Renegade e HR-V. De lá para cá, chegou um monte de rivais e a Renault só se dignou a uma leve plástica, que basicamente trocou seis por meia-dúzia.

Mas fato é que o Duster também não poderia se sofisticar demais, pois concorreria com o Captur, que é o SUV fashion da marca. E tanto a Renault tinha razão que o novo Duster eclipsou o Captur.

Em 2019, o Captur e Duster figuravam na oitava e nona colocações do ranking de emplacamentos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), com 28.660 unidades para o modelos mais sofisticado e 26.090 para o brucutu da Romênia.

Este ano o quadro se inverteu. O Duster se mantém na nona colocação, mas o Captur despencou a décima. São 8.261 unidades contra 6.483. Percentualmente, o Duster se distanciou do irmão.

E a razão está na qualificação do romeno, que passou a contar com itens como câmera 360°, ar-condicionado digital, um novo multimídia com conexão com smartphone, partida sem chave e outros itens que era um sonho distante na geração passada. Tudo isso somado ao preço mais agressivo em relação ao Captur e ao fato de ambos utilizarem o mesmo motor 1.6 de 120 cv e transmissão do tipo CVT.

A versão testada, Iconic CVT 1.6, é opção topo de linha do modelo e parte de R$ 94.890 – custava R$ 87 mil em março. Mesmo assim, ainda é mais barato que o irmão, hoje vendido em versão única, partindo de R$ 104.490.

Raio-x Renault Duster Iconic 1.6 CVT

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, quatro portas de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade de São José dos Pinhas (PR).

Quanto custa?
94.680

Com quem concorre?
O Duster Iconic concorre no segmento de utilitários compactos contra as versões intermediárias de Chery Tiggo 5x, Chevrolet Tracker, Citroën C4 Cactus, Ford EcoSport, Honda HR-V, Hyundai Creta, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Peugeot 2008, Volkswagen T-Cross e até mesmo o irmão Renault Captur.

No dia a dia?
O Duster manteve sua excelente praticidade no uso cotidiano, graças ao bom espaço interno e espaço no porta-malas. Junto com a nova geração, o SUV ganhou refinamentos como melhor acabamento e um pacote de conteúdos que tira o modelo da condição de jipão queixo duro. Multimídia com conexão com smartphone, assim como câmera 360 graus e ar-condicionado digital são argumentos de vendas fortes nos dias de hoje. 

O acabamento também evoluiu, assim como a ergonomia, com comandos melhor posicionados, sem as gambiarras que a primeira geração herdou do Logan original. Os bancos tem forração mista, com pequenas tiras de material sintético, que não convencem num SUV de quase R$ 100 mil. 

Motor e transmissão
A unidade 1.6 16v de 120 cv está longe da modernidade dos rivais turbinados. No entanto, o torque de 16,2 mkgf não esta muito distante de que seus concorrentes turbinados oferecem, mas peca por aparecer num giro muito alto. Ja caixa CVT privilegia a eficiência, sempre operando no mínimo giro, quando não há demanda de força

Como bebe?
Abastecido com gasolina, o Duster registrou média de consumo na ordem de 9,8 km/l, no trajeto urbano e 15,2 km/l no rodoviário.

Suspensão e freios
A suspensão manteve o curso longo para suportar a buraqueira das vias brasileiras e também contribui em estradas de terra. Os freios são a disco, no eixo dianteiro, e a tambor no eixo traseiro, como na geração passada. Controle de estabilidade (ESP) e tração são itens de série.

Palavra final
O Duster evoluiu consideravelmente. A melhora no acabamento, conteúdos e no design colocam o jipinho franco-romeno em outro patamar. Mas o melhor é que o Duster preservou seus principais atributos, que são espaço interno, robustez e mecânica simples, que fazem desse carro um opção para quem ainda não se encorajou a apostar num jipinho 1.0 turbo .

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por