Trump chega a Davos para vender EUA para elite mundial

Agence France Presse
25/01/2018 às 16:39.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:57
 (JUNG YEON-JE / POOL / AFP)

(JUNG YEON-JE / POOL / AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou nesta quinta-feira (25) em Davos, onde participou do Fórum Econômico Mundial (WEF) para vender sua política à elite econômica mundial e teve reuniões com seus aliados tradicionais, Israel e Reino Unido.

Um ano depois da chegada à Presidência, Trump fez uma entrada triunfal, bastante sorridente, no centro de convenções da estação alpina onde era esperado por um grupo de curiosos.

"Serão dois dias emocionantes", disse Trump, que na sexta-feira (19) à tarde vai explicar seu slogan "America First" a um público, a princípio, hostil ao protecionismo que ele defende. 

"Acho que o mais fascinante com o presidente Trump é que tem a capacidade de surpreender, e tenho certeza de que amanhã nos surpreenderá", disse Alexander Stubb, ex-primeiro-ministro da Finlândia e novo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos.

Pouco antes da chegada de Trump, o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, abalou os mercados quando disse não estar preocupado com o valor do dólar em curto prazo, provocando a queda da moeda americana.

"Não estamos preocupados com o nível do dólar em curto prazo. É um mercado com muita liquidez e acreditamos no câmbio livre", afirmou à imprensa em Davos.

Alguns analistas acreditam que essa possa ser uma estratégia deliberada do governo Trump para beneficiar as exportações americanas, em detrimento de seus compromissos com o G20. 

Trump, primeiro presidente americano a ir ao Fórum desde Bill Clinton, em 2000, provoca reações contraditórias entre os cerca de 2.500 delegados e 70 chefes de Estado e de Governo que estão em Davos.

De um lado, estão os grandes empresários que comemoram sua recente reforma tributária, que reduz a carga de impostos para empresas, e que celebram ainda a alta da Bolsa nos Estados Unidos e o crescimento econômico do país.

Do outro, seu discurso protecionista e suas declarações intempestivas sobre questões geopolíticas não agradam Davos, onde muitos dos seminários são dedicados a explicar os benefícios do livre-comércio e da globalização.

- Ajuda financeira a palestinos bloqueada -
Logo que chegou, Trump se reuniu com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, aliado tradicional dos Estados Unidos, e garantiu que vai bloquear ajudas financeiras aos palestinos porque eles "faltaram com o respeito" com os Estados Unidos.

"Eles nos faltaram com o respeito na semana passada impedindo que nosso grande vice-presidente os visse", afirmou Trump, garantindo que "bilhões" de ajuda americana "não chegarão até que se sentem para negociar a paz", acrescentou. 

De Ramallah, Hanan Ashrawi, funcionária de alto escalão da Organização de Libertação da Palestina (OLP), disse que "recusar a se encontrar com seu opressor não é desrespeito, é respeito a si mesmo". 

Os palestinos rejeitam a recente decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, rompendo décadas de consenso internacional.

O presidente americano também teve uma reunião bilateral com a primeira-ministra britânica, Theresa May, e destacou que eles têm uma "relação especial". 

Mas o destaque será na sexta-feira, seu discurso imprevisível e muito aguardado.

"Não é um público especialmente bem predisposto", comentou William Allein Reinsch, do Center for International and Security Studies. Segundo ele, dizer que Trump "se mete na boca do lobo é uma boa metáfora".

Ele terá que superar as falas da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel Macron, - que virou uma estrela entre os empresários em Davos após garantir que "a França está de volta". 

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