Urgência de investimentos e empenho do governo na saúde

Hoje em Dia
21/08/2013 às 06:10.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:10

Duas notícias na área da saúde tiraram o brilho do anúncio feito na terça-feira (20) pela presidente Dilma Rousseff em São João del-Rei, de investimentos de R$ 1,6 bilhão em 44 cidades históricas de 20 estados, oito delas em Minas, para requalificação e obras de infraestrutura urbana, recuperação de monumentos, sítios históricos e patrimônio. São investimentos previstos para os próximos três anos. Na área da saúde, a situação é mais urgente, a exigir verbas públicas e maior empenho dos governantes e da população.

Os mineiros estão perdendo a guerra contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Números divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde revelam que neste ano já foram confirmados 255 mil casos da doença, número dez vezes maior que o registrado no ano passado no Estado. São 102 mortos até o dia 9, contra 106 durante todo o ano de 2010, até então considerado o de maior surto da doença em Minas. E a perspectiva para o próximo ano é ainda pior, se medidas sérias não forem adotadas.

O problema é que há uma indefinição sobre a melhor estratégia para combater a doença, que além de avançar mais do que o previsto, continua forte no inverno, época em que normalmente o surto diminuía significativamente em relação ao período de chuvas. E os casos já confirmados são insuficientes para compreender toda a extensão do problema, pois foram notificados neste ano meio milhão de casos em todas as regiões do Estado. No município mais rico, Belo Horizonte, registraram-se mais de 77 mil casos e oito mortes por dengue.

A perplexidade das autoridades fica evidente quando o secretário de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, anuncia estudos, até dezembro, sobre a conveniência de distribuição em massa de inseticidas para a população. Cinco meses antes, a ideia era distribuir água sanitária, para evitar a proliferação do mosquito. Fabricantes desses produtos devem achar uma boa ideia, mas será a melhor?

A outra notícia negativa: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a suspensão da venda de 212 planos de saúde, administrados por 21 operadoras. É uma punição pelo descumprimento de prazos estabelecidos para atendimento médico, realização de exames e internações, além de negativas indevidas de cobertura. A medida vale por três meses, a partir da próxima sexta-feira. A ANS recebeu no último trimestre 17.417 queixas contra 553 operadoras. É um surto grave de incompetência.
 

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