TESTE

Ford Ranger Limited tem força e tecnologia de sobra para encarar qualquer situação

Marcelo Jabulas
@mjabulas
27/01/2024 às 21:25.
Atualizado em 18/02/2024 às 21:30
 (Foto: Marcelo Jabulas)

(Foto: Marcelo Jabulas)

O nome Ranger vem de um grupamento paramilitar que surgiu no Texas no século 18 e depois surgiu como batalhão de infantaria do exército norte-americano na Segunda Guerra. Os Rangers foram responsáveis pela invasão na praia da Normandia, no “Dia D” em 6 de junho de 1944 e tinham o lema: “Rangers lead the way”, ou: os Rangers abrem caminhos. Já escrevi isso aqui antes.

Mas deixando a história e o ufanismo ianque de lado, vamos falar da Ford Ranger, mas o preâmbulo tem sua razão, a Ranger realmente abre caminhos. Testamos a versão Limited da nova geração da picape norte-americana feita na Argentina com motor inglês. É praticamente um tabuleiro de War sobre quatro rodas.

A Ranger Limite (com Kit Opcional) tem preço sugerido de R$ 350 mil, não é uma picape barata, mas dentro dos valores práticos do segmento. Ou seja, a picape se tornou um carro de luxo e por conta disso deve oferecer mimos de modelos premium. 

E ela entrega tudo isso. A picape conta com bancos com revestimento em couro, ajuste elétrico para o motorista, quadro de instrumentos digital de 12,4 polegadas, um imenso multimídia vertical de 12 polegadas com , climatização digital de duas zonas com repetidores traseiros, assistentes de condução, banco com regulagem elétrica, acabamento em couro, assim como seletor de tração e modos de condução eletrônicos.

Tudo isso garante conforto de sobra para quem dirige e quem vai de carona. O espaço interno leva quatro adultos com muito espaço. Cinco viajam, mas com menos conforto, principalmente  no assento central do banco traseiro. Mas poucos são os carros que de fato levam cinco com folga.

Mas o grande barato da Ranger está sob o assoalho e o capô. A picape conta com um novíssimo motor diesel V6 biturbo 3.0 de 250 cv e 61,7 kgfm de torque, combinado com uma transmissão automática (de acionamento eletrônico) de 10 marchas, batizada de E-Shifter. O conjunto é acoplado a um sistema de tração 4x4, com seletor eletrônico, que ajusta a operação dos diferenciais central, traseiro e dianteiro de forma impecável.

Já a suspensão segue a receita trivial das picapes médias com sistema independente com braços sobrepostos no eixo dianteiro e eixo rígido com feixe de molas na traseira. No entanto, ela tem recurso semelhante ao da F-150 que oferece dupla atuação. Com a caçamba vazia os feixes convencionais atuam de forma mais suave, e quando há peso eles se apoiam em um último feixe mais espesso, que garante a sustentação da carga.

Mas como é tudo isso na prática? Rodamos na cidade, na estrada, fora da estrada, com direito a trechos lamacentos e esburacados e até mesmo enfrentamos um temporal em Belo Horizonte com nível da água que cobria meio-fio.  E em todos os casos a Ranger abriu o caminho sem pestanejar, repetindo o repertório de testes quando andei pela primeira vez no campo de provas da Ford, em Tatuí (SP).

Na estrada, o motor entrega muito torque que garante ultrapassagens rápidas e retomadas fortes. Não é necessário forçar ultrapassagem e nem brincar de roleta russa para ganhar alguns minutos de vantagem.  Na cidade, ela é esperta e a eletrônica ajuda que seu corpanzil de 5,35 metros desfile de forma suave, mas é preciso se acostumar com os sensores dianteiros e traseiros apitando de forma frenética, pois parece que a picape irá relar em tudo.

No fora de estrada a Ranger se comportou como se estivesse no asfalto, encara irregularidade sem problemas, facões e costelas são ignorados pela suspensão. E quando a aderência diminui, basta selecionar o modo de terreno. 

E na enxurrada? Este não foi um teste planejado. A chuva chegou de uma vez e me pegou subindo a Via Expressa de Contagem, na altura do Coração Eucarístico. Tinham até ondas na saída da avenida Delta. Mas como já tinha colocado a Ranger dentro de uma poça com 80 mm de água, lá em Tatuí, me encorajei a chegar em casa. 

Ela ignorou totalmente a enxurrada. A preocupação poderia ser de algum entulho arrastado pelo rio que se formou na via, mas o caminho estava limpo e era apenas água. Só foi preciso acionar o 4x4 (alto) para garantir tração e ir devagar. Deu para entender porque a picape faz tanto sucesso no Brasil.

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