O Volkswagen Polo é um carro à prova de críticas. Seu único senão é o acabamento vagabundo, que é peculiar dos produtos montados pela Volks no Brasil. Fora isso, é um carro espetacular. 

No entanto, o Polo não acompanhou a maré do mercado. Seu projeto é de 2017, numa época em que o setor de compactos estava em alta e absorvia órfãos dos médios. 

Assim, o Polo chegou com visual moderno, motor TSI 1.0 de 128 cv e 20 kgfm de torque, com direiro a apresentação em pista de corridas. Acerto de suspensão impecável, freios a discos nas quatro rodas, tal como seu similar vendido na Europa. Uma delícia de automóvel.

Mas o Polo era e sempre foi caro e se postava num degrau superior ao Argo e às gerações da época de HB20, Fiesta e Onix. Mas GM e Hyundai seguiram a receita e lançaram seus compactos turbinados e com preços muito mais agressivos.

A Volks deixou o Polo de lado e concentrou seus esforços no T-Cross e Nivus, que utilizam praticamente as mesmas peças, mas são muito mais caros pelo fato de serem SUVs.

Mas com a aposentadoria do Gol, a Volks precisou dar atenção para o Polo. Ele desceu de seu pedestal e ganhou um conjunto mais simples. O motor 200 TSI deu lugar ao 170 TSI, que era utilizado no saudoso Up. 

Assim o Polo passou a entregar 116 cv e 17 kgfm de torque, bem menos que na linha 2022. O motor turbo também passou a ser combinado com caixa manual e os freios a disco deram lugares aos tambores.

Não há como negar que o carro andou para trás em termos de conjunto mecânico, mas ficou mais barato em suas versões topo de linha Comfortline e Highline, com preços mais próximos dos líderes do segmento HB20 e Onix.

Visual

O Polo passou por uma leve plástica. Grade e para-choques, basicamente. Mudanças para dar uma ar mais jovial e também para simplificar o carro e baratear o custo de produção. Mas o resultado é agradável aos olhos. 

Ao volante

Testamos o Polo TSI, versão intermediária do compacto, que combina motor turbo e caixa manual. Ele é a segunda opção mais barata da linha e parte de nada modestos R$ 93 mil. Com a pintura metálica, saltou para R$ 94.640.

Mas esse polo agrada aos motoristas que reclamam que só tem carro com caixa automática. A combinação de motor e transmissão fazem dele um carro tão divertido como era o Up TSI. 

Mesmo com todo o torque disponível em baixas rotações, a potência aparece com o motorzinho cheio, e controlar tudo isso manualmente é bem legal. 

Seu consumo, segundo o programa de etiquetagem do Inmetro é 9,6 km/l com álcool na cidade. Com gasolina a média sobe para 11,5 km/l. Na Estrada são 14 km/l (A) e 16,4 km/l (G). Números que fazem do Polinho um carro bem interessante na hora de abastecer.

Seu interior apresenta o novo quadro de instrumentos digital da Volks. Sinceramente, preferiria o conjunto analógico da linha passada. Isso porque é um quadro digital limitado, não tem conta-giros. Não que ele seja indispensável, mas dá para manter um ritmo mais eficiente se orientando pelo ponteiro da rotação. 

O motorista pode até configurar a visualização, com dados de consumo, tempo de viagem, autonomia e outras leituras. Mas não consegue visualizar a rotação. Há um adjetivo para isso, mas prefiro não usar.

O Polo TSI ainda conta com multimídia (que não é o VW Play, que aceita download de aplicativos), ar-condicionado analógico, vidros elétricos e retrovisores também com ajustes elétricos. A versão deixa a desejar no quesito assistentes de condução.

Palavra Final

Depois de praticamente desaparecer do mercado, o Polo se ajustou para voltar a ser competitivo. A perda de torque e potência não fazem falta ao VW, assim como a troca do disco de freio traseiro pelo tambor. Ele ficou mais barato de produzir e também no preço final. Mas isso não significa que seja um carro acessível. Ainda é caro, mas menos platônico que outrora.

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