Nissan paga R$ 7,5 bilhões por 34% da Mitsubishi

Da Redação
veiculos@hojeemdia.com.br
13/05/2016 às 18:26.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:25

A Nissan anunciou que vai adquirir 34% da conterrânea Mitsubishi Motors. O investimento acontece justamente num momento complicado para a marca dos três diamantes, que reconheceu que manipula dados de eficiência de seus modelos e utiliza parâmetros de mensuração fora das especificações oficiais estipuladas pelo governo japonês há pelo menos 25 anos. 

Com a operação a Nissan Motor se tornará a maior acionista da Mitsubishi Motors Corporation (MMC), à frente do grupo Mitsubishi Heavy Industries, que possui 20% das ações. A Mitsubishi Motors emitirá para a Nissan 506,6 milhões de ações ordinárias, ao preço de 468,52 ienes a unidade, totalizando 237,360 bilhões de ienes, que corresponde a US$ 2,18 bilhões de dólares (R$ 7,56 bilhões).

Após a confirmação, a ação registrou alta de 16,16% nesta quinta-feira, a 575 ienes. O acordo que estabelece a participação da Nissan será assinado até 25 de maio e a transação será efetiva em outubro.

Namoro antigo
A relação entre a Nissan e a Mitsubishi é antiga. As duas marcas têm acordo de cooperação para produção de automóveis. A marca presidida pelo brasileiro Carlos Ghosn é responsável pelo produção de sedãs médios da MMC, em contrapartida, a Mitsubishi fornece compactos para a Nissan, numa estratégia corriqueira na indústria automotiva para reduzir custos de produção. 

E foi justamente a Nissan que descobriu as irregularidades na medição de eficiência energética dos veículos da Mitsubishi. Desde a explosão do escândalo, as vendas japonesas da Mitsubishi Motors caíram e a ação da empresa despencou mais de 40%, o que criou incerteza a respeito do futuro do grupo, uma das menores montadoras japonesas, com apenas um milhão de veículos vendidos ao ano. 

Comparado ao desempenho da indústria brasileira, que fechou 2015 com 2,4 milhões de unidades produzidas, a marca de um milhão de carros pode parecer expressiva. No entanto, num panorama global, os números da MMC, que tem plantas na Ásia e América Latina (inclusive no Brasil) é muito pouco. Só para comparar a produção da Mitsubishi corresponde a menos de 10% do volume fabricado pela Toyota (líder global) no ano passado. 

No Brasil
Por aqui a compra dos papeis da Mitsubishi pela Nissan não trará alterações a curto prazo. Cada uma das marcas têm operações distintas por aqui. 
A Nissan inaugurou há pouco sua fábrica em Resende (RJ), enquanto MMC Automotores do Brasil, é controlada pelo Grupo Souza Ramos, com fábrica em Catalão (GO). *Com AFP

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