Quem acompanha o HD AUTO conferiu nossa cobertura, durante esta semana, sobre os números de emplacamentos em 2023. E se não conferiu, deve ter notado, que o carro popular desapareceu da praça e que o brasileiro compra mesmo é SUV e picape.

Nesse movimento, o consumidor que não pode mais comprar carro zero km passou a comprar automóveis usados para não ficar a pé. E o resultado pode ser visto em números. Em 2023 foram negociados nada menos que 14,5 milhões de veículos usados.

O montante engloba carros de passeio, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e até implantes rodoviários.

Os números são da Federação dos Revendedores de Veículos Usados (Fenauto). Ao todo foram 14.448.434 unidades que trocaram de dono. Em relação a 2022, o aumento foi de 13,5%.

Velhinhos em alta

Entre os usados mais vendidos em 2023, a liderança é de velhos conhecidos. Modelos como Volkswagen Gol e os irmãos Uno e Palio, da Fiat, encabeçam a lista campeões entre carros de segunda mão. Fiat Strada e VW Saveiro também reinam entre as picapes usadas, ao lado da Hilux.

Com exceção da picape japonesa, os líderes de vendas são carros que ficaram em linha por muito anos e com grandes volumes, o que faz com que tenham maior capilaridade na praça. Assim, mesmo tendo saído de linha (Gol, Uno e Palio), eles ainda vendem muito devido à gigantesca frota circulante.

Tíquete médio

Apesar do sucesso dos veteranos, o tíquete médio do carro seminovo oscilou entre R$ 77 mil e R$ 81 mil em 2023, conforme a plataforma Auto Avaliar. “O ticket médio de vendas em recuperação, aponta para acima dos R$ 80 mil até o final deste ano, com o mercado demonstrando estar aquecido e competitivo”, afirma o CEO da Auto Avaliar, J. R. Caporal.

Apesar do preço está bem acima do que imaginamos custar um Palio ou Gol muito rodado, Caporal explica que o consumidor de usados também busca modelos mais qualificados. “O aumento do tíquete mostra que houve elevação na busca por veículos de maior valor. Grosso modo, quem estava disposto a comprar um carro mais básico, optou por outro com número maior de opcionais, ou o consumidor que compraria um carro mais velho decidiu gastar em um com menos anos de uso”, explica Caporal.