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Peugeot 2008 Griffe THP vence peso da idade graças ao bom motor e preço competitivo

Marcelo Jabulas
@mjabulas
Publicado em 29/10/2022 às 18:22.
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

A Peugeot sempre teve dificuldade em posicionar seus produtos no Brasil. Em 2015, ela lançou o 2008 para concorrer no segmento SUV compacto. Mas cometeu um monte de erros. A começar por não categorizar o carro como SUV. Ela não sabia se o chamava de perua, monovolume ou crossover (cruzamento). Naquela época todo mundo já queria um SUV, mas o time de marketing da francesa parecia que vivia em Nárnia.

A explicação é que o carro não atendia aos requisitos como ângulos de ataque e saída para ser chamado de SUV. Mas quem se importa? A Renault vende Kwid como SUV e não está nem aí.

Outro fator foi que o carro, inexplicavelmente, não tinha sido projetado para receber motor turbo 1.6 THP com transmissão automática. Era algo bizarro, pois a Peugeot utilizava esse conjunto há pelo menos cinco anos e não se antenaram que não caberia no carro. Patacoada de engenharia que só foi resolvida em 2019, graças a mudanças no projeto, em função da chegada do primo Citroën C4 Cactus.

E todas essas lambanças deixaram  o 2008 de lado. E o que chama atenção  é que se trata de um bom automóvel. Em 2015, ele era o SUV compacto mais apimentado da praça, com mais potência que Renegade e HR-V. Mas quem compra um SUV não quer trocar de marcha, diferentemente do consumidor que comprou o inesquecível 208 GT e buscava justamente essa conexão orgânica com o carro.

Mas fato é que 2008 vem resistindo ao tempo. E muito em função do bom motor THP 1.6 de 173 cv e 24,5 kgfm de torque, desenvolvido em parceria com a BMW nos anos 2000.

Testamos a versão Griffe THP 1.6, que se posiciona no topo da linha. O SUV não mudou nada desde a atualização de 2019 e já dá sinais de cansaço, mas mesmo assim tem bons atributos, como o motor potente e o preço de R$ 131 mil. Não é barato, mas é um dos jipinhos turbinados mais acessíveis do mercado. 

Raio-x Peugeot 2008 Griffe THP 1.6

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto, de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade Porto Real (RJ).

Quanto custa?
R$ 131 mil

Com quem concorre?
O 2008 Griffe concorre no topo do segmento de compactos, como Chery Tiggo 5X Pro, Chevrolet Tracker, Citroën C4 Cactus, Fiat Fastback, Jeep Renegade, Honda HR-V, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Renault Captur, Renault Duster e Volkswagen T-Cross.

No dia a dia
O 2008 é um automóvel familiar nato, seja com motor aspirado ou turbo. Na cidade, o SUV oferece bom comportamento devido ao conjunto que entrega muito torque e boa eficiência. A posição de dirigir elevada garante boa visibilidade. 

O espaço interno agrada bastante e o utilitário transporta quatro adultos com bom conforto. No assento do meio, apenas crianças viajam bem. O bagageiro de 402 litros está acima da média da categoria. Chama atenção a qualidade da montagem, que apesar do estilo envelhecido e uso de materiais rígidos, não tem rebarbas e falhas de encaixe.

A lista de conteúdos é farta. O modelo conta com direção elétrica, ar-condicionado digital, multimídia (câmera de ré, conexão Apple CarPlay e Android Auto, USB e Bluetooth). O 2008 ainda oferece controle retrovisores elétricos e bancos revestidos em couro. Destaque para o teto solar panorâmico.

No entanto, o modelo peca pela ausência de assistentes de condução. Seus "primos" Fastback e Renegade já oferecem recursos e contam com versões na faixa de preços do Leão.

Motor e transmissão
O motor THP 1.6 turbo de 173 cv e 24,5 kgfm de torque é a joia da coroa. Esse motor tem sido utilizado nos modelos franceses há mais de 10 anos e sempre entregaram excelente performance. A caixa automática de seis marchas é a mesma que equipa a versão aspirada. Não tem um comportamento esportivo e nem borboletas de trocas, mas garantem bom comportamento

Como bebe?
Abastecido com etanol, registrou média combinada (urbana/rodoviária) na casa de 8,2 km/l. 

Suspensão e freios
O 2008 tem acerto de suspensão macio e conta com o conjunto com sistema McPherson (dianteira), e o eixo de torção (traseira) oferece bom conforto. Os freios utilizam discos nas quatro rodas. 

Palavra final
O Peugeot 2008 é um carro que sofreu pelas mancadas de marketing, engenharia, além da falta de confiabilidade na marca do Leão, que só começou a mudar depois da criação da Stellantis. 

Apesar de apagado e velho, é um um dos poucos SUVs capaz de combinar preço e motor de alta performance. Injustiçado.

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