(Marcelo Jabulas)
O mercado de automóveis foi dominado pelo SUV. Trata-se de um fenômeno global e sem data para terminar. Para a indústria é um ótimo negócio, pois em termos fabris, fabricar um SUV ou um sedã, ou hatch não muda quase em nada.
Mas em termos de rentabilidade a história é outra. Com a demanda aquecida, o utilitário é vendido a peso de outro. As fabricantes carregam na etiqueta pois há fila para comprar um jipinho. Hoje um SUV não custa menos que R$ 100 mil, enquanto há sedãs e hatches bem menos salgados.
E para manter o negócio aquecido a indústria resolveu diversificar o segmento. A solução foi mais que simples: redesenhar a traseira. Esse Ovo de Colombo coube a BMW explorar em meados dos anos 2000. O X6 chegou como uma derivação do X5. Apesar de criticado por parte da imprensa especializada, caiu nas graças do público.
Depois disso, diversas marcas passaram a oferecer o SUV cupê em suas linhas. E com um detalhe, conseguem vendê-los ainda mais caros do que o utilitário convencional, com jeitinho de perua.
As marcas passaram a oferecer esses carros como opções mais esportivas e exclusivas. É um SUV, mas com pegada de carro esporte. E claro, que o consumidor que pode pagar, vai preferir o modelo mais sensual.
A Audi por exemplo oferece pelo menos três SUVs cupês, com o sobrenome Sportback. O Q3 é a opção mais recente da marca, que inclusive foi nacionalizada. A marca das quatro argolas também aposta no Q5 e no elétrico e-tron Sportback. São opções cerca de 10% mais caras, devido ao estilo peculiar da traseira
A Volkswagen também entrou na dança com o Nivus. O modelo nada mais é que uma derivação SUV cupê o Polo. Usando o mesmo conjunto mecânico (motor turbo 1.0 de 128 cv e caixa automática). O SUV tem preço inicial de R$ 121 mil, enquanto a versão mais sofisticada do Polo (com mesmo motor) parte de R$ 116 mil. Ou seja, um acréscimo devido ao contorno da carroceria.
Agora a Fiat se prepara para beber do doce suco dos SUVs cupês. Ela irá lançar o Fastback, que é uma derivação do Pulse. Tem estilo imponente, que remete ao BMW X4 e consequentemente será mais caro que o Pulse.
Assim, o SUV cupê surge como a nova reinvenção da roda para o regojizo de quem pode pagar e o delírio das fabricantes.