Teste: Jeep Compass entrega o espaço que faltou ao Renegade

Marcelo Ramos
Hoje em Dia - Belo Horizonte
17/02/2017 às 21:29.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:35

O bom desempenho do Jeep Renegade, lançado no primeiro trimestre de 2015, motivou a FCA a ampliar sua participação no mercado brasileiro com um segundo utilitário-esportivo (SUV), o Compass, que chegou no final do ano passado com opções de motores turbodiesel e bicombustível. Mais sóbrio que o irmão caçula, o Compass é um carro vistoso e se posiciona abaixo do Grand Cherokee.

Testamos a versão Longitude 2.0, equipada com o novíssimo motor Tigershark de 166 cv. Combinado com uma caixa automática de seis marchas, o motor mostra bom comportamento, mas não espere um vigor olímpico desse Jeep. Apesar da boa oferta de potência, ela só aparece em rotações acima dos 6.000 rpm, e o torque de 20,5 mkfg não lhe garante acelerações e nem retomadas vigorosas, mas atendem com satisfação e firmeza numa ultrapassagem na estrada. No entanto, seu consumo com álcool na faixa dos 7,4 km/l na cidade se mostrou mais satisfatório para um automóvel de 1.514 quilos.

Cada um na sua
Dentro da estratégia da Jeep, as versões equipadas com motor flex se destinam a um público citadino, sem aspirações para o fora-de-estrada. Tanto que sua tração é dianteira. Visualmente, a saia de borracha sob o para-choque indica que não se trata de um carro para enfiar na trilha. Mas isso não o desabona para encarar estradas de terra a caminho do sítio. 

Isso não faz dele um carro inferior às versões turbodiesel. Pelo contrário, dá ao consumidor o que ele realmente precisa sem ter que pagar mais por algo que não será utilizado. Afinal, mais de 80% dos proprietários de utilitários-esportivos nunca chafurdaram seus lustrados jipões na lama.

A Longitude é a versão intermediária do Compass flex, e conta com um pacote de conteúdo respeitável. Direção elétrica, ar-condicionado digital de duas zonas e com difusor para o banco traseiro, computador de bordo, sistema multimídia com tela 3,5 polegadas, assistente de partida em rampa, controle de estabilidade (ESP) fazem parte dos itens de série. 

No entanto, a versão testada ainda contava com acabamento em couro, sistema UConnect com tela de 8 polegadas, conjunto de áudio Beats, sensores crepuscular e chuva, além de retrovisor interno eletrocrômico. Tudo isso faz com que o preço base de R$ 109.990 salte para R$ 117.990.

Raio-X Jeep Compass Longitude 2.0 flex

O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) médio de cinco lugares.

Onde é feito?
Produzido na unidade de Goiana (PE).

Quanto custa?
Base R$ 109.990
Testado R$ 117.990
Completo R$ 124.790

Com quem concorre?
O Compass flex concorre na faixa de modelos como Kia Sportage LX (R$ 113 mil), Hyundai ix35 GL (R$ 107 mil) e Mitsubishi ASX Outdoor CVT (R$ 108 mil)

No dia a dia
O Compass é um automóvel extremamente confortável e bem acabado. Com boa oferta de espaço, leva quatro ocupantes com muita folga. E mesmo com um quinto passageiro o espaço ainda satisfaz. O porta-malas oferece 410 litros, que não chega a ser algo extraordinário, mas permite acomodar um bom volume de bagagem.

Seus 4.41 metros de comprimento não vão muito além de um sedã médio, e mesmo sendo meio metro maior que um popular compacto ainda sim o Jeep não é difícil de manobrar. A direção elétrica e a assistência da câmera de ré facilitam nas manobras de baliza.

Motor e transmissão
O motor Tigershark 2.0 de 166 cv e 20,5 mkgf de torque é sem sombra de dúvidas infinitamente superior ao esquálido Etorq 1.8 de 132 cv (recentemente reajustado para 139 cv) do Renegade. Apesar da boa oferta de potência, ela, assim como o torque, só aparece mesmo acima dos 3.500 giros, o que pode comprometer drasticamente no consumo. A caixa de seis marchas tem bom escalonamento e respostas rápidas. 

Como bebe?
Abastecido com álcool, a unidade testada registrou média de 7,4 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.

Suspensão e freios
Assim como na versão turbodiesel, o Compass flex utiliza suspensão independente nas quatro rodas, mas com acerto que privilegia um mais macio rodar no asfalto, sem o excesso de rigidez exigida para uso fora-de-estrada. No entanto, para facilitar as frenagens, o SUV conta com freios a disco nas quatro rodas, além de controle de partida em rampa (Hill Holder)e freio de estacionamento eletrônico.

Pontos positivos
Montagem
Acabamento
Conforto

Pontos negativo
Custo dos pacotes de opcionais

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